A empresa Spitfire, que presta serviço para a Portway, anunciou o despedimento colectivo de 47 trabalhadores da limpeza, em resposta a este despedimento mas também pelos vencimentos roubados pela empresa durante o último ano, os trabalhadores da limpeza da Spitfire estiveram concentrados no aeroporto numa acção de luta, convocada pelo STAD, no dia 8 de Março. Acção que contou com o apoio solidário do PCP, e que contou com a presença de 2 camaradas da Direção Regional de Lisboa.
O despedimento colectivo, foi anunciado no dia 22 de Fevereiro e é o triste final de uma longa lista de atropelos e roubos a estes trabalhadores da limpeza.
Para estes trabalhadores é bem claro que a pandemia serviu de pretexto para este despedimento, mas o roubo nos salários, esse, começou em Janeiro de 2020, quando ainda mal se ouvia falar em Covid19.
A empresa começou por não atualizar salários de acordo com a contratação colectiva e decidiu, também unilateralmente, deixar de pagar o complemento dos domingos trabalhados.
De Março a Setembro de 2020 estes trabalhadores estiveram em lay-off, com tudo o que isso implicou em perda de rendimentos, mas também em encargos para o Estado e mal retomam o trabalho voltam os problemas, os subsídios de férias e de Natal de 2020 não foram pagos.
E já em 2021 a 10 de Janeiro os trabalhadores foram considerados dispensados, enviados para casa sem salário.
Aos poucos que ainda mantêm os postos de trabalho, estão-lhes a ser propostos horários verdadeiramente desumanos, deixando-os completamente sem tempo para a sua vida pessoal.
É de referir que muitos destes trabalhadores já trabalham na limpeza de aviões há muitos anos e, foram transitando de empresa para empresa, há trabalhadores com mais de 20 anos de serviço. A somar a toda esta grave situação, neste despedimento coletivo estão incluídas trabalhadoras grávidas e em período de amamentação, esta é a verdadeira face do capitalismo desenfreado que desrespeita a legislação de trabalho e leva a uma total desumanização das relacções laborais.
De tudo isto a Portway, não se pode descartar, sabemos que estes trabalhadores estão ao serviço de uma empresa contratualizada, mas a Empresa Portway ao contratualizar outra para prestação de serviços tem de se responsabilizar e assegurar que esta cumpra a lei geral do trabalho e da contratação colectiva.
Na concentração presenciámos a grande pressão a que muitos destes trabalhadores estão submetidos e o quanto querem resolver o seu problema o mais rapidamente possível e ir à sua vida, tendo recebido tudo o que lhes é devido. Mas não puderam conter fortes aplausos quando uma trabalhadora da limpeza da empresa ISS que trabalhava para TAP, delegada sindical, que está envolvida no despedimento colectivo em curso, se dirigiu aos trabalhadores da spitfire, afirmando a luta pelos postos de trabalho, terminando com a forte frase: “NÓS QUEREMOS TRABALHAR”..