“Os trabalhadores conhecem-nos. Sabem que todos os dias, e não apenas oportunisticamente e em períodos eleitorais, travamos a seu lado as suas lutas, pelos necessários e justos aumentos salariais, em defesa da contratação colectiva, da regularização e redução dos horário, por melhores condições de trabalho, contra a repressão”.
Realizamos hoje este comício no quadro da marcação de eleições legislativas antecipadas. Apesar de nos quererem vender a narrativa de uma crise apenas criada pelas casas invocadas pelo Primeiro Ministro para a sua demissão, a verdade é que os problemas fundamentais do Governo PS são as suas opções políticas e a objectiva convergência com a direita, a falta de respostas aos problemas do povo e do país.
A crise profunda é na vida concreta do povo e provoca um profundo descontentamento com o Governo PS, um descontentamento por parte daqueles que hoje veem as suas condições de vida cada vez mais degradadas, resultado da política de direita do Governo, um descontentamento que também no Distrito de Lisboa, é expresso na dimensão da luta dos trabalhadores e das populações.
Lutas com as quais o PCP e a CDU sempre estiveram, na solidariedade, no apoio à sua dinamização, das quais as pessoas nos conhecem, nos locais de trabalho, nas ruas, no bairro, em cada uma das Freguesias.
Apenas alguns exemplos, muitos haveria para dar.
Numa região que concentra o maior número de utentes sem médico de família, cerca de 40% do número nacional, em que tantos centros de saúde não têm condições, estivemos e estamos com as populações na sua luta, entre tantos outros sítios, nos Centros de saúde do Algueirão e do Olival, em Sintra, em todos os centros de Saúde do concelho de Vila Franca de Xira, nomeadamente no Forte da Casa e na Castanheira, em Marvila, na cidade de Lisboa, no concelho da Amadora, em toda a região do Oeste, em Alenquer, na Abrigada, no Carregado, em Odivelas, em tantos outros sítios. Mas também exigindo mais condições para os profissionais de saúde, com estes, para que se resolvam definitivamente dificuldades de que é exemplo a situação das urgências hospitalares.
Valorizamos as massivas lutas pelo direito à habitação, não só aquelas que confluíram em grandes manifestações na cidade de Lisboa, mas em tantos concelhos do distrito, pelo direito a ter uma casa em condições de habitabilidade. Porque não aceitamos, as pessoas não aceitam, como acontece por todo o distrito, viver em casas sobrelotadas, que se tenha que optar entre pagar a casa ou a comida, que haja tanta gente a perder a sua habitação, simplesmente porque o Governo PS opta por não travar nem a especulação nem os lucros da banca, e muito menos investe na indispensável oferta pública de habitação.
Estamos e estivemos com os utentes dos transportes públicos, reivindicando que à diminuição dos custos com o transporte público conquistada pela luta das populações e a intervenção do Partido, corresponda a qualidade que se exige, com mais e melhor oferta na Linha de Sintra, pela requalificação da Linha de Cascais, pelo alargamento do Metro a Loures e à zona ocidental de Lisboa, com soluções que sirvam efectivamente as populações.
E também estamos, no quadro mais geral da luta em defesa da água pública, com as populações dos municípios da Amadora, Loures, Odivelas, Vila Franca de Xira e Arruda pela necessidade de defender a gestão pública municipal da água, saneamento e resíduos nestes concelhos, contra o processo empreendido pelo PS de desmantelamento destes serviços, tendo em vista a privatização do sector, particularmente da água.
Camaradas, os trabalhadores conhecem-nos.
Sabem que todos os dias, e não apenas oportunisticamente e em períodos eleitorais, travamos a seu lado as suas lutas, pelos necessários e justos aumentos salariais, em defesa da contratação colectiva, da regularização e redução dos horário, por melhores condições de trabalho, contra a repressão. Lutas dos trabalhadores que se têm instensificado e diversificado nos mais variados sectores, e que são a expressão mais concreta da exigência de uma política alternativa.
No nosso distrito, e só desde o passado mês de Outubro multiplicaram-se a lutas que revelam que a crise do governo é, sim, a crise das opções de direita, da política de exploração. Do aumento das desigualdades em consequência da ausência de resposta aos graves problemas estruturais do país. Os trabalhadores não aceitam o alargar deste fosso entre a larga maioria que todos os dias sente mais dificuldades nas suas vidas e aqueles poucos, que lucram como nunca com essas mesmas dificuldades.
Sim, valorizamos as lutas dos dos professores, as lutas no sector da saúde – dos médicos, enfermeiros, técnicos e assistentes operacionais -, dos trabalhadores da União de Misericórdias Portuguesas, do Município de Lisboa, as greves dos trabalhadores da empresa de limpeza industrial SAMSIC, dos trabalhadores não docentes, do sector da grande distribuição, dos trabalhadores da RTP, dos pilotos da barra e portos, a grande greve dos trabalhadores da Administração Pública no passado dia 27 Outubro, a luta dos reformados, pensionistas idosos por melhores pensões. Saudamos a grande manifestação da CGTP que no passado dia 11 de Novembro fez convergir tantas e tantas mais lutas de quem não se resigna a pagar os lucros dos que mais têm, de quem não desiste de lutar pelos serviços públicos e pela valorização dos seus profissionais, de quem sabe que não são as contas certas do governo PS que trazem desenvolvimento ao País.
É por isso que também apelamos à participação de todos na concentração da CGTP, já no próximo dia 29 de Novembro, 4a feira, pelas 10 horas, concentrando-nos entre a Calçada Marquês de Abrantes e a Rua D. Carlos I, para rumarmos até à AR, por ocasião da votação final do Orçamento do Estado, denunciando que este é o Orçamento que não serve os trabalhadores, o Povo e o País.
Também no dia 29, pelas 18h, no Martim Moniz,na concentração convocada por diversas organizações, intensifiquemos a nossa acção em defesa da Paz, contra a barbárie que Israel está a levar a cabo, afirmando os direitos do povo palestiniano.
Camaradas,
Nós temos a vantagem que ninguém tem: as pessoas conhecem-nos e reconhecem-nos na defesa da resolução dos seus problemas, dos mais pequenos aos maiores, reconhecem-nos das lutas pelo direito a uma vida melhor.
Não é hora de ficar à espera! Aprofundemos pois as linhas e o estilo de trabalho decidido na última Conferência Nacional, aprofundemos ainda mais de forma audaz e confiante este trabalho de ligação às populações e aos trabalhadores, o trabalho de rua, multiplicando as já muitas acções enquadradas na acção “Viver Melhor na Nossa Terra”, sobre os problemas locais.
Realizemos a grande acção nacional “É hora de mudar de política. Mais força à CDU” não desperdiçando a vontade de nenhum camarada e amigo para este trabalho, aproveitando todas as possibilidades de contacto directo, todas as disponibilidades para conversar.
Nos 50 anos do 25 de Abril, não desistimos de que os valores de Abril se cumpram no nosso país. As eleições antecipadas são hoje mais uma oportunidade, abrem essa real possibilidade de, com o reforço do PCP e da CDU, abrir caminho à política alternativa, a uma alternativa politica, por um Portugal desenvolvido, em que Abril seja mais futuro.
Viva o PCP!
Viva a CDU!