Nunca faltará a solidariedade do PCP para com um trabalhador
injustiçado, referimo-nos a Eugénio Rego, vigilante da
Vigiexpert, que se encontra sobre uma forte repressão patronal.
No presente dia 20 de Janeiro, os trabalhadores do sector da vigilância
e da limpeza, mobilizados pelo STAD, concentraram-se à porta da sede
da Vigiexpert, numa acção de luta em protesto contra a empresa e em
solidariedade para com este trabalhador. Esteve presente uma
delegação do PCP, composta por Alma Rivera, deputada do PCP na
Assembleia da República e Tiago Dores, da Direção Regional de Lisboa.
Esta situação é um reflexo do que se passa neste sector, onde muitos
outros vigilantes por este país fora passam ou já passaram por este tipo
de situações.
Eugénio Rego era vigilante e através da transmissão de
estabelecimento, foi transferido da Securitas para a Vigiexpert, nesta
empresa foi confrontado com um novo horário e onde lhe impunham ter
de fazer horas extra, pagas aproximadamente a 2 euros (muito abaixo
do valor da hora normal), Eugénio recusou-se a fazê-las alegando que
não trabalhava em incumprimento à lei.
A empresa decidiu que o trabalhador deveria ser castigado e como tal
alterou-lhe o posto de trabalho, Eugénio passou a trabalhar, nos turno
da manhã, no parque de estacionamento da sede da empresa, no
exterior, ao frio e à chuva. Ficou nesta situação desde o dia 10 de
Novembro de 2022. Entretanto, como o vigilante não se foi embora, tal
como a empresa pretendia, a Vigiexpert decidiu alterar o horário do
Eugénio para o turno da noite (das 00h às 08h), e por fim, depois da
ACT ter intervido, após o caso se ter tornado mediático, foi suspenso.
Práticas destas vêem-nos sendo relatadas diversas vezes, vigilantes
que, por não se submeterem à vontade dos patrões são castigados. É
comum ouvir os vigilantes a falar dos postos de castigo e de colegas
que não por não aguentarem a pressão, se despedem e saem sem
indemnizações.
O elemento de persistência em defesa do posto de trabalho, a vontade
de denunciar a repressão que está a sofrer e também o grau de
agressividade deste castigo, prática desumana por parte de
Vigiexpert, faz do caso do Eugénio um exemplo para o sector e que
merece toda a nossa solidariedade.
Mas o que é fundamental é que mais vigilantes resistam as ofensivas
dos patrões. Não podemos vergar.
Tal como referimos no nosso boletim, Alerta vigilante, cada vez existem
mais vigilantes que se erguem perante as injustiças e que sabem que
puderam contar e que sempre contarão com o apoio dos vigilantes e
militantes do PCP, e portanto, cá estamos nós: “cientes de que o vento
está duro e que nos fustiga o rosto, mas nunca hão de ver o vento
apanhar-nos pelas costas, porque estaremos sempre virados para a
frente”, tal como disse Jerónimo de Sousa na sua última intervenção
como Secretário-Geral do PCP, metáfora que bem se aplica a Eugénio
Rego.