INTERVENÇÃO DE FRANCISCO CORVELO, ELEITO DA CDU NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE TORRES VEDRAS, NO PERÍODO ANTES DA ORDEM DO DIA.
“Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal,
Senhoras e senhores deputados municipais
Senhora Presidente da Câmara Municipal,
Senhoras e senhores vereadores,
Caras e caros torrienses,
Na reunião desta Assembleia Municipal de 27 de Setembro congratulávamo-nos com o facto da médica responsável pela criação da USF de Torres Vedras Norte, leia-se Ramalhal ter recebido instruções do SNS para reformular a sua proposta e manter os polos em funcionamento,
Na altura dizíamos que nos restava saber o que se passará a seguir, designadamente em termos de garantir médicos de família.
Passado que é todo este tempo aquilo a que vamos assistindo é a um caminho que não só não se coaduna com a promessa de que a criação da USF tipo B Torres Vedras Norte no Ramalhal não implicaria o encerramento dos polos, nomeadamente do Maxial, como ao invés, vai em sentido contrário senão vejamos:
Quando os utentes se dirigem ao polo do Maxial para marcar uma consulta de medicina geral e familiar são confrontados com informações que vão desde a informação que tal consulta só ocorrerá daí por três ou quatro meses, mas que se marcarem tal consulta para o Ramalhal a mesma terá lugar logo na semana seguinte, até à informação que o polo encerra a partir do próximo mês de Janeiro, passando pela informação que está tudo em negociações mas que o polo só deve funcionar para cuidados de enfermagem.
Na prática trata-se apenas de mais uns truques para paulatinamente transferir os utentes do polo do Maxial para a futura USF do Ramalhal para futuramente arranjarem através do facto consumado justificação para levar por diante a intensão primeira de encerramento dos polos e a transferência de todos os utentes para a respetiva USF do Ramalhal.
E se estas ordens acabam por aparecer sem saber ao certo a sua paternidade, facilmente se percebe que as mesmas só podem ser emanadas por quem sempre esteve contra a continuação dos polos e apenas sempre pretendeu um USF central sem quaisquer polos abertos, pondo em causa os cuidados de saúde de proximidade a que os cidadãos e utentes têm direito.
Trata-se de uma forma grave de contrariar a intenção dos responsáveis pela saúde neste país e no mínimo a uma forma de birra que exige ser devidamente denunciada e a que urge por fim.
A democracia não se compadece com este tipo de atitudes de quero posso e mando, nem tão pouco podem ser validadas por atos de vassalagem como foi o caso dos dois elementos da Assembleia de freguesia do Ramalhal que promoveram uma reunião com a futura responsável pela USF do Ramalhal para lhe transmitir apoio e ao mesmo tempo propor o encerramento de todos os polos, nomeadamente do Maxial e Campelos.
É que além do mais este tipo de atitudes de colocar as populações umas contra as outras em assunto que estão em causa direitos fundamentais, é não só de uma baixeza política inominável como um atentado à democracia e aos direitos fundamentais dos cidadãos e nunca poderão contar com o PCP para este tipo de divisionismo bacoco.
Tal como o dissemos na altura e voltamos a repetir:
Não somos contrários à criação das USF tipo B, desde que estas assegurem os cuidados médicos e de enfermagem de proximidade e cumpram de fato o preceito constitucional do direito universal à saúde.
Disse”