PCP: Sobre o Programa de Acção do Oeste

Apresentado, na passada 4ª feira, em Caldas da Rainha, com a pompa e
circunstância da presença do Primeiro-Ministro, o Programa de Acção
para o Oeste, criado para alegadamente compensar as populações do Oeste
pela “ deslocalização” do Aeroporto, confirma a ideia de estarmos
perante mais uma farsa propagandística deste Governo.

Apresentado, na passada 4ª feira, em Caldas da Rainha, com a pompa e circunstância da presença do Primeiro-Ministro, o Programa de Acção para o Oeste, criado para alegadamente compensar as populações do Oeste pela “ deslocalização” do Aeroporto, confirma a ideia de estarmos perante mais uma farsa propagandística deste Governo. Desde logo, pelo facto desta região ser constantemente desprezada pelos sucessivos governos PS/PSD, muito para além da questão aeroporto, mas sobretudo porque o Governo PS/ Sócrates promete o que já anteriormente havia sido prometido e negado ao Oeste por sucessivos Governos, nomeadamente pelo seu.

As obras apontadas, na sua generalidade, correspondem a projectos há muito reivindicados pelas populações e pelos Municípios e sucessivamente adiados. Vejam-se os exemplos do Centro de Saúde do Cadaval, o Parque Jurássico da Lourinhã, o Centro de Saúde ou o posto da GNR de Sobral de Monte Agraço, a resolução do problema do Hospital de Torres Vedras (há anos prevista a construção de um novo no Plano Director da Saúde elaborado pelo Ministério da Saúde), o IC11, a EN 9 ou mesmo a Linha do Oeste, sucessivamente anunciada como vital para o Oeste mas sempre adiada a sua recuperação.

Todos estes projectos arrastam–se há muitos anos, estando previstos, sendo anulados, tendo verba inscrita em PIDDAC, sendo retirada, exemplos do à-vontade com que PS e PSD tudo prometem para depois não cumprir, com graves prejuízos para as populações, os trabalhadores e o desenvolvimento do Oeste. Recordemos também que há anos que o PCP propõe todos estes projectos aquando da discussão do PIDDAC e do Orçamento de Estado, votando PS e PSD, invariavelmente, contra.

Recordamos também que, mais do que pelo Aeroporto, o Governo precisa de compensar o Oeste pelo fecho de escolas, de SAP’s, pela falta de médicos, pela ausência de equipamentos da rede pública de apoio a crianças e idosos, pelo aumento do desemprego e do custo de vida e pelos baixos salários e reformas, os mais baixos do Distrito de Lisboa.

Concordando com muitas das medidas apresentadas, pelo que atrás expusemos, ainda que não se reconheça um fio condutor e carácter intermunicipal em muitas delas, o PCP considera pouco ambicioso e que a “ montanha pariu um rato”, tendo o Governo PS, mais uma vez, defraudado as expectativas da população.

O PCP continua a reivindicar que as capacidades produtivas da região sejam potenciadas; que sejam realizados investimentos que contrariem os indicadores de desemprego e baixo poder de compra da região; que se encontrem formas de apoio aos agricultores, pequenos empresários e comerciantes como agentes económicos dinamizadores da actividade da Região.

Ainda assim, iremos estar vigilantes na concretização deste plano, ainda que as acções anunciadas sejam atiradas para data posterior à vigência deste Governo, sabendo também o vasto historial que têm os Governos de PS e PSD em desdizer os compromissos assumidos pelos anteriores Governos.
               
O Secretariado dos Concelhos do Oeste do PCP