José António Cunha, vice-presidente do Lar São Vicente de Paulo, recebeu no passado sábado, dia 25 de Maio, uma delegação da CDU que integrava, entre outros candidatos municipais, Daniel Branco e Carlos Coutinho, cabeças de lista à Câmara e à Assembleia Municipal de Oeiras, respectivamente. A visita inscreve-se na preocupação dos candidatos contactarem com a realidade e preocupações das IPSS num contexto de dificuldades de toda a ordem cuja extensão e permanência virá a condicionar as políticas de apoio social e de colaboração com estas instituições de solidariedade social.
José António Cunha começou por descrever o aparecimento da instituição, o seu histórico e a vida dedicada a um projecto que viria a ter, na pessoa do falecido Professor Doutor Juvenal Esteves, o seu grande impulsionador ao deixar parte significativa da sua herança ao projecto de solidariedade liderado pelo seu actual vice-presidente. Passou depois a descrever, com detalhe, o penoso e longo percurso para a cedência do terreno municipal, em regime de direito de superfície, e o penoso e longo percurso para o licenciamento da construção. Foram dezoito anos de incompreensíveis processos, que vieram a mais que triplicar o valor do investimento. Para nos dar uma ideia, referiu que após a primeira vistoria tiveram de executar quatro projectos de alteração, com custos processuais elevados e fazendo arrastar o licenciamento para mais de cinco anos. Comentou depois, com algum humor, que a comparticipação da Câmara, cerca de 15% do investimento total, já está em condições de poder ser pago… Depois de enquadrar assim a situação a delegação da CDU visitou as instalações do lar conduzida por Rui Horta, um colaborador dedicado e que presta serviços à instituição em regime de voluntariado.
Durante a visita ao Lar, instalações de Carnaxide, fomos conversando continuando alguns aspectos referidos pelo vice-presidente. Interrogou-se Rui Horta, à saída da capela de que o Lar está dotado, sobre o facto de ter sido surpresa a instituição não estar ligada a nenhuma igreja. A resposta foi pronta: “A solidariedade é coisa humana e não decorre apenas de crenças. Na direcção e na equipa de voluntários, nem todos são religiosos, mas aqui ninguém impede ou limita quem professe. Há missas praticamente todos os domingos e a capela está sempre aberta…”.
Na visita a outras instalações do Lar São Vicente de Paula, em Queijas, Rui Horta fornece alguns elementos durante a conversa mantida com Daniel Branco e Carlos Coutinho, nomeadamente no domínio financeiro e relativamente às baixíssimas pensões auferidas pelos utentes, à sua elevada média de idade (cerca de 82 anos), às limitações funcionais dos edifícios, três vivendas ligadas por pátios. A despedida foi amistosa e ficou apalavrada uma churrascada com os cerca de 21 utentes locais (77 ao todo). Ficou a promessa de não faltarem…