Joana Manuel, em Oeiras: “Portugal vai pagar, este ano, quase metade do que recebeu em seis anos de fundos comunitários”

Na passada terça-feira, em Oeiras, em sessão da CDU, perante uma sala bem composta houve de tudo: reflexão, diálogo vivo e emoção. Na mesa, da esquerda para a direita: Rogério Pereira (responsável pela organização local, do PCP), Francisco Carreiro Nunes (mandatário concelhio da CDU Oeiras) Joana Manuel (a candidata independente ao Parlamento Europeu) e Daniel Branco (vereador da CDU, na C. M. de Oeiras). As intervenções de fundo pertenceram a Daniel Branco e à convidada, uma filha da terra, nascida e criada em Oeiras. Seguiu-se um debate, com questões e intervenções do público. Algumas bem emotivas, até às lágrimas.

 

Da intervenção da Joana Manuel destacamos aquela em que Joana esclareceu que os Fundos Comunitários são custos calculados que integram a estratégia de empobrecimento, num dar com uma mão para tirar com a outra: “Portugal vai pagar este ano, quase metade do que recebeu em seis anos”. De facto, terminada a sessão, fomos conferir as contas e precisar os números: Portugal recebeu 18 mil milhões de fundos (de 2007 a 2012) mas no ano em curso terá que amortizar, só de juros da dívida pública, mais de 7 mil milhões de euros. É um saque planeado à custa de um endividamento que foi sendo construído desde há muito tempo. Joana foi ilustrando o caminho, com uma expressão viva, directa e pejada de ironia, foi falando do governo de Cavaco, e de como as politicas seguidas conduziram à destruição da economia sobre o estandarte da “Europa connosco”: “A economia, é uma ciência humana, distinta da biologia, da física. É uma ciência humana e não depende de mais nada, que não sejam as políticas seguidas e as que foram seguidas desde a criação (1951) da Comunidade Europeia de Ferro e do Aço até à União Europeia, passando pela CEE, são as do domínio dos mais ricos e poderosos. Mas há alternativas”. Sobre estas já tinha falado Daniel Branco, ilustrando com os conteúdos dos folhetos produzidos para a campanha e salientando que os activistas e militantes terão um papel determinante: dar a conhecer e explicar as propostas da CDU. O empobrecimento e o esvaziamento do Estado Social viriam a estar presentes de modo muito acentuado nas intervenções do público fazendo referência a casos, mas o mais esclarecedor de uma desresponsabilização dos organismos centrais da Segurança Social foi ilustrado pelo vereador ao referir o “Contrato de Comodato para Implementação do Polo Concelhio de Receção de Alimentos” passando a Câmara a assumir todos os encargos com os recursos necessários com a distribuição às instituições de alimentos provenientes de dádivas europeias e, o que é pior, sem qualquer competência no controlo e monitorização dessa distribuição.