Ontem, dezenas de pessoas, representado as associações de utentes dos transportes de Oeiras e Amadora, realizaram um protesto «em defesa do passe social» junto ao Parque Aventura e desceram até à entrada das instalações da Câmara Municipal da Amadora.
A empresa de transportes Vimeca, que opera na Grande Lisboa, anunciou em dezembro que iria deixar de aceitar passes sociais intermodais a partir de abril, mas em março, após forte reacção dos utentes e à luta desenvolvida pelas comissões de utentes da Amadora e Oeiras, estendeu o prazo para 30 de junho. O Abaixo assinado, então entregue, contou com mais de 2 000 assinaturas
A Comissão de Defesa dos Utentes dos Transportes da Amadora considera que a suspensão dos passes sociais pela Vimeca vai prejudicar milhares de utilizadores dos transportes que frequentam as carreiras da empresa para deslocações para o metropolitano ou para as estações ferroviárias.
«Além do passe social dos outros transportes, os utilizadores vão ter que comprar também um passe da Vimeca, que não custa menos de 30 euros por mês. Tudo isto numa altura em que há aumento do desemprego e descida de rendimentos das famílias», disse.
A comissão acusa a empresa de, a uma semana do período em que os utilizadores começam a comprar os passes sociais que agregam transporte rodoviário, metropolitano e ferroviário, não ter dialogado com as pessoas.
«Continuamos num impasse porque não temos certezas se acaba ou não o passe social da Vimeca. Esta indefinição a uma semana de comprar os passes é negativa», disse à agência Lusa o porta-voz da comissão, Carlos Moreira.
Para Carlos Baptista, utente da Vimeca que trabalha em Lisboa, esta medida da empresa de transportes rodoviários vai agravar as dificuldades por que passa o seu agregado familiar.
«Lá em casa somos quatro a utilizar as carreiras da Vimeca. Nesta altura de crise, o que nos estão a fazer é uma grande injustiça», afirmou este morador da Falagueira.
A CDU Oeiras solidariza-se com esta luta e apoiará, activamente, todas as iniciativas contra esta decisão.
Para João Santos, «é incomportável que as pessoas tenham que pagar mais 30 euros» para poderem circular nos transportes que servem a Amadora.
«Recebemos cortes nos ordenados, pagamos mais impostos, tudo está mais caro e agora vamos ter que pagar mais para nos podermos deslocar para o trabalho. É injusto e começo a achar que fica mais barato ir de carro para Lisboa», disse.
Na página da Internet da Vimeca, pode ler-se a informação de que os «passes sociais L1, L12, L123, L123SX, L123MA, L123FS, 012, 023 e 123 são válidos até 30 de junho».