Para quem leia esta notícia possa ter uma total compreensão do problema, começamos pelo fim. A Seda Ibérica, com instalações em Paço de Arcos é uma das maiores empresas industriais a operar em Portugal. Com uma faturação superior a 45 milhões de euros, apresentou um “modesto” lucro de 2,5 milhões de euros no ano de 2015. E durante os últimos quatro anos consecutivos gozou dos encaixes provenientes dos cortes nos direitos laborais dos seus cerca de 260 trabalhadores, com por exemplo, a redução dos feriados, a diminuição do valor pago por hora extraordinária.
Voltando ao tema da notícia, os trabalhadores e o seu sindicato (SITE Sul) apresentaram atempadamente um caderno reivindicativo à empresa que pretendia ver negociado um conjunto vasto de matérias, cuja questão chave é o aumento dos salários, para 40 euros por cada trabalhador, mas também trabalho igual, salário igual; a contratação dos trabalhadores que continuam com vínculos precários com a empresa; e uma maior formação profissional para os operários.
Após a apresentação do caderno reivindicativo a empresa decide fixar unilateralmente o valor dos aumentos em 1,5% para os salários e subsídios. Para os trabalhadores e o seu sindicato é uma proposta injusta dado que é quem mais recebe, que é mais aumentado, e a fixação de um valor de 40 euros é a que mais beneficia a generalidade dos trabalhadores, e garante aumentos decentes e de acordo com os lucros apresentados pela empresa.
Os eleitos da CDU estão à porta da empresa, hoje, dia 16 por volta das 14h, primeiro dia da greve a duas horas por turno, que decorre até ao dia 22 de Fevereiro.