Nota de imprensa de 9/12/2008


Orçamento e Grandes Opções Municipais para
2009

Demagogia Eleitoral

Já a pensar nas eleições, o orçamento municipal para 2009 revela
do PS local a sua face mais irresponsável. Ao inflacionar as receitas o PS tenta
mascarar as promessas e as obras que sabe que não vai poder cumprir nem pagar,
deixando para os próximos executivos os buracos orçamentais e as dívidas das
parcerias com privados.

O Orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2009, aprovados
pelo PS e PSD na última reunião de Câmara, são irrealistas, irresponsáveis e demagógicos.

Em ano de eleições, o PS promete fazer num ano o que não
conseguiu fazer em 10. Ora pois…


Engenharia
Financeira

Mesmo com o aumento de taxas, tarifas e
outras receitas que foi recentemente aprovado pelo PS/PSD com o nosso voto
contra, não conseguimos vislumbrar como é que se prevê arrecadar, por via das
taxas, multas ou penalidades, um montante de quase 19 milhões de euros, quando
o ano passado foram previstos menos de 2 milhões. Só ao nível das taxas relativas
a loteamentos e obras, o valor passa de 1milhão e meio para 18 milhões e
trezentos mil euros!

Ao nível da venda de bens de investimento,
como terrenos, habitações e edifícios municipais, estima-se arrecadar 11
milhões de euros, contra 1 milhão e novecentos mil euros no corrente ano.

Não sabemos que novos loteamentos ou obras
se pretendem licenciar para atingir receitas tão avultadas, tal como
desconhecemos quais os terrenos ou edifícios, património municipal, que este
executivo pretende vender

Os 19 milhões de euros que o Estado deve a
Odivelas há 10 anos, relativos à criação do Concelho, o PS sabe que o Governo
não vai pagar, mas mesmo assim pôs em orçamento.

Até candidaturas a programas e projectos
co-financiados que já foram reprovadas, têm valores consagradas no orçamento da
receita. É o caso, por exemplo, do Programa Operacional Potencial Humano –
Qualificação dos Profissionais da Administração Local ou do STEP.CHUS.

Com esta “engenharia”, esta maioria visa
contemplar, em sede de Grandes Opções do Plano, um conjunto de investimentos em
que, alguns não chegarão a ver a luz do dia, outros empurram os encargos e
obrigações para serem pagos depois das eleições.

Hipocrisia
Política

Mas mesmo assim, alguns dos investimentos
elencados no preâmbulo não têm correspondência orçamental, nem qualquer reflexo
nas despesas de curto prazo.

É o caso da Escola dos Apréstimos ou o
Grande Pavilhão Municipal que, como sabemos, a maioria nesta câmara e com a
nossa reprovação, entendeu ser entregue a uma sociedade a constituir com
privados e onde o município fica em minoria, o que muito onerará o futuro mas
que não tem reflexo ao nível dos investimentos de curto prazo. É o caso dos
empreendimentos de habitação a custos controlados para jovens, em Odivelas e em
Famões, cujos encargos com a construção são da cooperativa que os promove e que
depois são vendidos directamente aos candidatos seleccionados e sem reflexo
expressivo no orçamento municipal. Ou mesmo a construção da Escola EB 2/ 3 do
Porto-Pinheiro, que é responsabilidade da Administração Central e por ela deve
e será financiada.

Obra
Adiada

Aliás, tendo sido adoptada esta metodologia,
o facto de não ser feita qualquer referência aos novos centros de saúde ou ao
novo mercado de Odivelas só poderá ser entendido como o abandonar destes
projectos fundamentais e prioritários e que, mais uma vez, a população do
concelho verá adiados.

Outras obras e intervenções, algumas
estruturais e até consagradas nos planos de investimento anteriores, deixam de
ser contemplados.

É, por exemplo, o caso das piscinas
municipais, na Ramada, o Centro Administrativo, em Odivelas, a reconversão dos
Campos de Ténis do Pomarinho, a recuperação da Feira da Arroja, as obras no
CURPIO ou o Parque de Viaturas Abandonadas, que se deixam cair neste Orçamento.

A entrada sul do Parque Urbano do Silvado,
que já teve verbas definidas, passa agora para verbas não definidas.

No domínio social, não é feita qualquer
referência a intervenções dirigidas a imigrantes ou a pessoas com deficiência e
o valor previsto para o PAESO, cerca de 90.000 euros, embora aumente, continua
a ser claramente insuficiente e a exigir uma maior atenção.

Freguesias
Penalizadas

Tal como a verba destinada às Juntas de
Freguesia, para exercício das competências que lhes são delegadas pela Câmara e
cujo aumento não cobre sequer os encargos com as novas responsabilidades
transferidas durante o corrente ano. Na prática, não se regista nenhum aumento,
com consequências graves e perversas para as populações e para a própria gestão
e equilíbrio financeiro das Juntas de Freguesia.

No mesmo sentido, a verba irrisória de pouco
mais de 100.000 euros afecta à elaboração do novo PDM, que vai continuar a
marcar passo, ou os míseros 50.000 euros destinados às AUGI’S, bem revelador da
importância que este executivo atribui à intervenção de requalificação destas
das áreas urbanas.

Mais
de 1 milhão para a empresa municipal

Mas, entretanto e à semelhança do que vem
sendo hábito, entrega-se mais de um milhão de euros à Municipália, a título de
subsídio, uma opção de que discordamos em absoluto e que, ano após ano, só
comprova a razão e justeza da nossa posição. 

 

Gabinete de Imprensa

Odivelas, 9 de Dezembro de 2008