Simplesmente o Cartão do Cidadão – 11/02/2009

DECLARAÇÃO POLÍTICA DOS VEREADORES DA CDU




Declaração
Política

Simplesmente
o Cartão do Cidadão”

Tem
sido uma bandeira deste governo, como mais uma medida do “Simplex”
– O Cartão do Cidadão.

Definido
como “um
documento físico e electrónico, fácil de usar, que permite a
identificação dos cidadãos perante a Administração Pública e
entidades privadas” e, apresentando-se como “um verdadeiro
certificado de cidadania”, este
documento substitui o Bilhete de Identidade, o Cartão de
Contribuinte, o Cartão de Eleitor, o Cartão de Utente e o Cartão
da Segurança Social.

Dito
desta forma leva-nos a concluir que a sua utilização pretendia
simplificar a vida aos cidadãos.

De
facto no país do “Magalhães”, da modernização administrativa
e do “Simplex”, este cartão seria uma verdadeira maravilha
tecnológica. No entanto, no Portugal real os constrangimentos e
burocracias que se vivem para tratar de qualquer documento são tudo
menos uma simples questão administrativa ou maravilha tecnológica.

Quando
o Exmo. Sr. Primeiro-ministro veio a Odivelas fazer o cartão do
cidadão, como que por um toque de mágica, não existiram filas,
constrangimentos, tempo de espera, bastou um click e já está,
cartão pronto na hora… uma situação muito diferente daquela que
vive o comum cidadão.

Se
qualquer cidadão necessitar de substituir um dos cartões
“compilados” e, porque o sistema que durante muitos anos deu
respostas prontas agora deixou de existir, vive uma verdadeira
“roda-viva”.

A
Odisseia começa com uma grande aventura para conseguir a
imprescindível senha de atendimento.

Na
loja do Cidadão de Odivelas, que funciona entre as 8.30 e as 19.30
h, às 10 H da manhã já não existem senhas, pois já foram
distribuídas as cerca de 200 cujo atendimento é possível fazer.

Tentamos
então junto do balcão de informações perceber o que se passa.
Gentilmente, dão-nos a informação que cada atendimento demora
cerca de 40 minutos e que se quisermos conseguir a preciosa senha só
no dia seguinte e 1 hora antes da Loja do Cidadão abrir, não
deixando de referir que a segunda, sexta e sábado são muito maus
dias para fazer o cartão do cidadão, pois recorrem ao serviço
muito mais do que as 400 pessoas que recorrem nos restantes dias.
Ficamos assim reduzidos a apenas três dias. Mas antes de sairmos
consternados com tal informação, o recepcionista diz-nos ainda que
também podemos fazer marcação pelo telefone e que assim não há
espera, não há senhas, não há stress… Afinal parece haver uma
solução!

Tentamos
então esta solução, a marcação telefónica e ao fim de 20
tentativas finalmente o telefone é atendido, mas quanto à marcação
esta vai ter de ficar para depois, lá mais para meados de Abril
porque já só há agenda para esse mês.

Ficamos
então sem saber como fazer a renovação do bilhete de identidade e
a pensar como é possível neste país, onde tanto se anuncia que a
modernização administrativa está em marcha e que se pretende
simplificar tudo, seja tão complicado tratar de um documento.

Resta-nos
acampar à porta da loja do cidadão, de preferência de madrugada
para guardar lugar ou para conseguir a famigerada senha. Na realidade
a situação é a mesma que se vive para marcar uma consulta no
centro de saúde ou para tratar de um qualquer assunto na segurança
social ou finanças… e com a qual não nos conformamos.

Mas,
voltando ao cartão do cidadão, aquilo que pensamos ser “fácil”
de resolver, pois finalmente vamos poder legalizar a nossa situação,
bastando tirar uma foto, entregar os anteriores documentos e pronto
já está! Mas não, não fica por aqui, pois, aqueles 5 dias que
esperávamos para ter o bilhete de identidade, transformaram-se em 30
ou 40 dias, dependendo de cada situação…

Enfim
é caso para dizer que este “Simplex” só nos complica a vida!!!


Odivelas,
11 de Fevereiro de 2009