Abertura do Ano Lectivo 2010/2011

Apesar de ainda ser cedo para fazer uma avaliação definitiva, pode dizer-se que o ano lectivo teve início sem terem sido criadas condições para que ocorresse com serenidade.

 
Com aulas a coexistir com a conclusão de obras, sem que as infra-estruturas de apoio, cozinhas, refeitórios ou espaços de recreio, estarem a funcionar integralmente, sem materiais didácticos e pedagógicos suficientes para o número de crianças, com o número de refeições insuficiente para todos os alunos, com os problemas habituais da atabalhoada colocação dos professores e com um número gravemente insuficiente de auxiliares de acção educativa.
 
As AEC, a funcionarem das mais variadas e complicadas formas, diferentes de escola para escola, e nalgumas perdendo o carácter opcional, por via da sua inserção em horário da componente lectiva em prejuízo da mesma e com alguns serviços da Componente de Apoio à Família sem funcionarem.
Relativamente a algumas escolas há situações concretas, nomeadamente:
 
 
– Escola Básica do 1º Ciclo da Amoreira
 
Horários das AEC’s dentro do horário lectivo (os professores estão contra e a maioria dos pais também. Já ouve queixas de vários pais para a DREL sobre a situação). Pois as AEC devem ser opcionais e desta forma as crianças que não têm as AEC ficam com “buracos” no horário, pois o professor da turma não tem de acompanhar os alunos fora do horário lectivo e a alternativa é os pais irem buscar as crianças no período em que não têm aulas.
 
Refeições com muitas queixas por parte dos pais, as refeições são distribuídas em 3 turnos entre o meio dia e as 13.30h as crianças têm cerca de 30 minutos para comer, na primeira semana as quantidades de comida eram insuficientes e os materiais para servir também houve inclusive crianças que comeram comidas diferentes que supostamente seriam servidas apenas no dia seguinte.
 
Nas AEC’s – Ed. física – já existiram vários acidentes e relatos de pernas e braços partidos a Câmara Municipal sabe o que se passa? Segundo os pais foi dada a informação que eram problemas no aquecimento.
 
Já há troca nos professores das AEC, já foi dada informação aos pais a dizer que na próxima semana a professora de inglês é outra.
 
A entrega das crianças é sempre feita com uma enorme confusão pois os horários são iguais para todas e não existem auxiliares em número suficiente para darem resposta.
 
Mantém-se o problema de passagem das crianças pelas grades, um problema de segurança já identificado no ano anterior pela associação de pais.
 
 
– Escola Básica do 1º ciclo dos Apréstimos
 
O ano lectivo iniciou-se com os alunos distribuídos por outras escolas do agrupamento com a concordância dos pais, no entanto 1 semana depois a escola ainda não está concluída e as crianças continuam a conviver com as obras e sem protecção, só têm fita balizadora a separar o espaço de recreio do espaço de obra.
 
Horários das AEC’s dentro do horário lectivo levam a que as crianças que estão em aulas estejam em constante agitação para poderem ver o que se passa, uma vez que a parede que dá para o recreio e espaço de AEC é em vidro.
 
Ainda relativamente às AEC, o barulho produzido pela Música e mesmo Ed. Física desconcentra quem está na sala a tentar apreender o que quer que seja da matéria lectiva.
 
Ainda não há professor de Inglês e por isso no período desta actividade os alunos ou não estão na escola ou estão no espaço de recreio. Sendo que o número de auxiliares ainda é insuficiente, não está muito bem garantida a segurança destas crianças.
 
Coloca-se outra questão que tem a ver com o período em que as crianças deveriam ter AEC e não têm se permanecerem na escola de quem é a responsabilidade em caso de acidente, uma vez que naquele horário elas deviam estar sob a responsabilidade da empresa que presta serviço de AEC?
 
 
– Escola Básica da Azenha
 
As professoras estão sozinhas, há falta de auxiliares.
 
 
– Escola Básica do 1º Ciclo Barbosa du Bocage
 
Antes do final do ano lectivo houve uma reunião com a associação de pais, a presidente da Câmara, a vereadora da educação e o vereador das obras municipais onde foi dada a informação que o telheiro identificado como necessário por todos seria construído antes do inicio do ano lectivo. O telheiro começou a ser construído na semana antes da abertura do ano lectivo. Neste momento estão a decorrer as obras tendo sido vedado mais de metade do espaço de recreio das crianças e não existindo qualquer tipo de sinalização de perigo de obras.
 
Quanto ao Pré-escolar – foi proibida a entrada dos pais das crianças do pré-escolar no recinto da escola, não há sala de acolhimento a entrada da escola é muito longe das salas.
Há falta de auxiliares existem 8, mais 2 do ensino estruturado.
 
Estão destinadas ao Pré-escolar para 3 salas apenas 2 auxiliares por causa do rácio previsto do ministério.
 
 
– Escola Básica Integrada do Porto Pinheiro
 
As refeições são em quantidade insuficiente, é frequentes as crianças saírem da escola para irem comer à pastelaria mais próxima ou supermercado, as próprias auxiliares têm dado indicação aos pais no 1º ciclo para reforçarem os lanches da manhã e da tarde.
 
A ementa não está afixada na escola, embora tenha sido dada informação que as ementas eram acompanhadas pela nutricionista da CMO.
 
O espaço de recreio coberto do pré-escolar é muito reduzido
 
O percurso entre a portaria e o bloco onde funciona o JI é longo e descoberto.
 
Fácil acesso ao recinto escolar pelo lado dos campos de jogos
 
Também há queixas dos pais do pré-escolar e 1º ciclo na entrega das crianças, porque entram todas à mesma hora e só há duas auxiliares para as levar para a sala. Estão a ser auxiliados pelos monitores dos CAF
 
Todas estas situações que reportámos, deixam-nos uma grande preocupação. Vamos continuar a acompanhar a abertura do ano lectivo e em contacto permanente com as escolas e associações de pais, no sentido de perceber o que está por fazer, o que pode ser melhorado e o que está ou não a ser cumprido por parte quer da CMO quer do Ministério da Educação.
 
Odivelas, 29 de Setembro de 2010
Os Vereadores da CDU