Protocolo de Quioto – 15 /12/2005

Este ano foi um ano intenso em fenómenos climáticos extremos. Os furacões de Nova Orleães e Miami foram exemplos que chocaram o mundo. Em Portugal a seca extrema, que durou até Outubro, teve consequências ao nível da produção agro-pecuária, no agravamento dos incêndios florestais e sobretudo nas carências de abastecimento de água às populações.

As alterações do clima terrestre, em que a subida das temperaturas e do nível médio das águas do mar são a face mais visível, têm tido consequências que serão certamente, cada vez mais graves e intensas.

A temperatura média do planeta aumentou 0,6º C durante o século XX, e as previsões da comunidade científica indicam que durante o corrente século esta possa vir a aumentar até 5,9º C.

Portugal, que também aderiu ao Protocolo de Quioto, poderia, como país pouco industrializado, aumentar até 2012, em 27% os gases com efeito de estufa lançados na atmosfera, em relação aos valores de 90.

Mas sem políticas de transportes, de redução da dependência do petróleo e com uma política de favorecimento da utilização do automóvel particular, em 2001 tínhamos já atingido o valor de 36,5% dessas emissões prevendo-se que se atinja entre 45 a 50% até 2010.

È imperativo então exigir ao governo português que cumpra com o protocolo de Quioto implementando medidas no sentido de atingir os objectivos definidos para Portugal, apostando nomeadamente nas energias alternativas e desenvolvendo uma política de transportes colectivos que se apresente como uma verdadeira alternativa ao uso do carro individual e venha assim contribuir para reduzir a emissão CO2 para a atmosfera invertendo a situação actual.

Outras medidas a outros níveis são também necessárias, como por exemplo, sensibilizar a população em geral para o problema das alterações climáticas e ganhá-las para comportamentos que possam contribuir para combater o fenómeno.

Em 2003, 35% da electricidade consumida proveio de fontes renováveis. No entanto, cerca de 80% deste valor corresponde às grandes barragens hidroeléctricas. Com secas cada vez mais intensas esta fonte energética é cada vez mais imprevisível.

A energia eólica será também uma solução

Têm-se esquecido em Portugal o forte potencial do sol. O desenvolvimento da energia solar térmica, generalizando-se a sua situação, seria um forte contributo para o sector renovável.

E em Odivelas,

  • O que está a ser feito para combater este fenómeno?
  • Que trabalho, na área dos transportes, está a C.M.O. a desenvolver para que os transportes públicos sirvam realmente os odivelenses, tanto ao nível da qualidade dos transportes, dos circuitos, localização das paragens e horários?
  • O que está a ser feito em Odivelas para arborizar mais o concelho?

Travar este combate é um imperativo presente que viabilizará a sustentabilidade do futuro. È preciso agir rápido.


Odivelas, 15 de Dezembro de 2005

Raquel Rodrigues, Deputada Municipal da CDU