Educação
decorrer o prazo para as matrículas nas escolas do 1º ciclo.
Começaram as dores de cabeça para
muitas famílias que conhecendo a realidade quanto ao parque escolar da Ramada
que não é ampliado desde 1989.
A aposta na qualidade do ensino é
sobretudo uma peça de propaganda.
O regime normal é uma excepção
quando devia ser a regra. E, se nada for alterado entretanto, será mesmo
extinto face ao constante aumento da procura.
Ao desespero das famílias residentes
na Ramada, a Câmara responde com números do Concelho, o que não soluciona os
problemas que a população enfrenta e que não esconde a dura realidade e as
responsabilidades deste Executivo.
Os números e as condições de
funcionamento das escolas da Ramada são os que se seguem. Basta visitá-las.
O argumento da situação financeira
da Câmara não justifica tudo.
Pelos vistos nem houve muita vontade
de identificar os responsáveis pelo défice. Ou então, a auditoria externa não
teria sido recusada.
Ao longo dos nove anos de existência
do Concelho de Odivelas nada foi feito quanto à construção de escolas.
Satisfizeram-se outros desígnios que não os fundamentais e agora a realidade é
o que é.
E era fácil de prever. Podia ter
sido evitada.
Passemos ao retrato actual das
escolas da Ramada.
Escola Básica da Azenha
– 43
alunos
–
Sem funcionária auxiliar até às 10h30
–
Não tem ginásio
–
O recreio coberto foi reduzido para metade devido ao local escolhido para a construção do refeitório
–
O quadro eléctrico dispara constantemente.
–
O recreio descoberto tem um piso impróprio que põe em risco a integridade
física de quem utiliza.
Escola Básica da Amoreira
–
A sala pomposamente designada por sala de Recursos ainda não tem Internet.
Estão lá as calhas mas não estão lá os fios.
–
Tem 252 alunos o que representa mais oitenta do que o limite previsto pela lei.
–
As AECS dadas no ginásio. Apenas 2 turmas em regime normal.
–
O excesso de alunos fez aumentar o número de ocorrências que justificaram a
presença dos Bombeiros.
–
Estas condições de trabalho são muito deficientes e lesam o futuro daquelas
crianças pois a aprendizagem é de má qualidade.
–
Faltam auxiliares.
Escola Básica Maria Costa
–
147 alunos
–
Apoio escolar é dado num patamar
–
Apenas 2 turmas em regime normal
Escola Básica João Villaret – com Jardim de
Infância
–
Frequentada por 262 alunos. Mais cem do que o previsto pela lei. O
Jardim-de-infância tem uma lista de espera que ultrapassa as seis dezenas.
–
Apenas 4 auxiliares.
–
Apresenta vícios de construção graves quanto a esgotos e infiltrações.
–
Apenas 2 turmas em regime normal
–
O espaço no recreio é exíguo para o número de alunos que o utiliza.
Escola Básica Eça de Queirós
–
Valeu a remodelação operada pelos Encarregados de Educação com materiais
cedidos pela Junta.
–
É frequentada por 34 alunos.
–
O almoço é servido nas salas de aula.
Havia quem afirmasse que não valia a pena
apostar nestes pavilhões pois em breve seriam substituídos pela escola nova.
Já passou um ano lectivo e estamos
sensivelmente a meio do segundo. Quem diria…
É o retrato desta situação que torna
imperiosa a construção de nova escola agora.
Para terminar, digo que são também estes
números que a população deve conhecer. A bem do rigor, da seriedade e da
transparência. Este retrato faz prova que a Câmara PS/PSD não está atenta às
condições de vida dos cidadãos e não tem feito as opções correctas e adequadas
à resolução dos problemas que eles enfrentam.
Já é sina falar de superlotação mas a Escola
B 2/3 Vasco Santana a funcionar a 157% também enfrenta uma situação delicada.
Esta Escola tem sido a rectaguarda da freguesia de Odivelas onde também não se
investe no parque escolar.
Quanto à Secundária também ela é uma
resposta às carências de outras freguesias, nomeadamente Odivelas, daí estar
também superlotada.
Assim vai a aposta do Poder Central e do
Município na educação.
Odivelas, 31 de Janeiro de
2008.