AM Odivelas – Mercado de Odivelas

3ª Reunião da 1ª Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Odivelas

07.03.2007

PONTO 6 – Mercado de Odivelas

É sabido que o Mercado de Odivelas se encontra num considerável estado de degradação, apresentando várias deficiências nomeadamente ao nível da salubridade. É também sabido que muito se evoluiu no domínio das condições de venda de produtos frescos, colocando-se novas exigências na definição da tipologia e nas infra-estruturas de um mercado.

Das poucas explicações apresentadas na última reunião desta sessão da Assembleia Municipal surge então um não-projecto da Câmara que pretende ser uma solução para a:

Necessidade de remodelação do mercado, optando-se neste caso por fazer um novo;
Necessidade de proporcionar alguma oferta de estacionamento na zona;
Necessidade de requalificação urbana do local.

Constatamos que apesar das grandes modificações que também nestas duas décadas se operaram ao nível do comércio – grandes superfícies Vs comércio local -,  a verdade é que o Mercado continua a ter utentes e desempenha um papel importante na rede local de abastecimentos.

Nesta fase do processo gostaríamos de deixar claro que somos a favor de um Mercado dotado das melhores condições, que agrade a vendedores e utentes, e menos conflitual com o espaço envolvente.

No entanto, aquilo que tem vindo a público sobre as intenções da Câmara de Odivelas relativamente ao Mercado é preocupante. Propõe a Câmara a demolição do actual mercado com consequente doação a um privado de todo aquele espaço público em troca de este privado construir prédios que parece que totalizarão 60 fogos. Prédios que terão 8 pisos, alguns de habitação, alguns de comércio e serviços e num deles um Mercado.

Ao contrário do que se afirma tal projecto irá sobrecarregar com construção uma zona já de si densamente ocupada. Anunciam-se 368 lugares de estacionamento mas não se diz quantos serão de facto disponibilizados para os moradores da zona uma vez que, haverá pelo menos 120 afectos aos 60 fogos e terá que haver um considerável número afecto às áreas de serviços e Mercado.

Por outro lado os contornos da operação de sustentabilidade económica de tal projecto são, para já, pouco claros e deixam-nos no mínimo preocupados.

Por último referimos que do que se conhece ressalta uma insuficiente avaliação dos impactos de tal projecto numa zona já tão densamente ocupada.

Odivelas, 7 de Março de 2007