Sobre a unidade de execução do Quartel de Sacavém

Gestão PS/PSD na Câmara Municipal de Loures, uma imobiliária longe de si!

A CDU reconhece a importância da reabilitação do território abandonado do Quartel de Sacavém do qual a cidade não pode nem deve prescindir. Mas lamenta que se perca mais uma oportunidade, quiçá a última, para catapultar a cidade de Sacavém para outro nível. Depois da apresentação de ontem e pesando os prós e contras, não temos dúvidas: a construção desta nova urbanização não trará nada de bom para Sacavém.

O projeto prevê uma saída rodoviária única para o já sobrecarregado bairro da Fonte Perra que passará a ter que conviver diariamente com o fluxo de trânsito de quase 800 habitações e, naturalmente, a simulação de um micromodelo de tráfego e da pressão sobre a rotunda junto do Amazonas não foi apresentado. A obrigação que existia anteriormente e que comprometia o promotor à construção de um viaduto sobre a A1 que aproximaria a cidade e permitia escoar o tráfego desapareceu.

A única contrapartida existente para os lucros milionários do promotor será um novo conceito de rotunda-jardim para a Praça da República, que privilegia os carros ao invés da população, e cujo estudo de tráfego não prevê significativas melhorias. Ao mesmo tempo assistimos à preocupação de que os jardins da nova urbanização e os seus moradores estejam bem protegidos de vias rodoviárias.

Não existem medidas para combater a especulação imobiliária e a pressão que vai existir nas zonas próximas à Urbanização prevendo-se mais um êxodo de Sacavenenses. Não há preocupação com a altura dos edifícios mais próximos da A1 que prejudicam os sacavenenses dos Terraços da Ponte, e um prédio habitacional de 15 andares é apresentado como um fantástico marco para a cidade de Sacavém. Não há investimentos na Fonte Perra para mitigar o ruído e a poluição consequente. Não há habitação jovem, nem habitação a preços controlados. Não há novos serviços nem espaços de cultura, nem lugares para associações ou coletividades e a utilização futura do convento permanece um mistério.

Os novos moradores da urbanização viverão desfasados da realidade de Sacavém, irão ter pleno usufruto de bons prédios, espaços verdes e comércio, mas sofrerão também os graves constrangimentos de trânsito.

Perdem os moradores, os atuais e os novos, e perde a cidade.