O direito à cidade também passa pela mobilidade

Realizou-se no passado dia 3 de Fevereiro o Fórum CDU Beato – Mobilidade, no Espaço Ideias, uma iniciativa que contou com a presença de gente que mora e trabalha na freguesia para discutir questões relacionadas com a mobilidade na cidade de Lisboa e em particular no Beato.

Uma discussão que abordou aspectos relacionados com a segurança e conforto dos peões – dos passeios inexistentes ou ocupados por diversos obstáculos (particularmente automóveis) às passadeiras com pouca visibilidade –, com a oferta da Carris – das carreiras que faltam em bairros da freguesia à escassez do serviço nocturno, dos tempos de espera ao conforto das paragens –, do Metropolitano de Lisboa – e como as escadas e elevadores da estação das Olaias recorrentemente não estão operacionais, para lá dos tempos de espera – e da CP – e a falta que faz o apeadeiro de Chelas na circulação da e para a freguesia do Beato –, com a mobilidade suave – em particular a rede Gira, praticamente inexistente na freguesia do Beato – e com o transporte automóvel individual – nomeadamente medidas de segurança rodoviária necessárias em vários pontos da freguesia e as soluções de estacionamento necessárias.

Tendo sempre presente a reivindicação do direito à cidade, ao usufruto do espaço público, à circulação não apenas para trabalhar mas para toda a vida, e as enormes melhorias ambientais que representaria uma justa política de mobilidade, tanto Natacha Amaro como Cláudia Madeira, eleitas pela CDU na Assembleia Municipal de Lisboa, lembraram as disparidades existentes na cidade, uma cidade construída para os carros e que não assegura a coesão territorial e como há muitos projectos para fazer que têm de sair do papel (desde logo as estações de Chelas-Olaias e Beato, presentes no Plano Ferroviário Nacional, mas também a Linha Intermodal Sustentável – LIOS).

A inexistente ligação entre várias partes da freguesia, a falta de informação (aos utentes dos transportes públicos, mas também de alternativas de circulação), as acessibilidades para pessoas portadores de deficiência (que as empurra muitas vezes para situações de confinamento), ou a qualidade do ar na cidade foram outros temas presentes na reflexão que teve lugar no Fórum.

Há, contudo, razões para ter confiança. Foi possível travar a privatização da Carris e do Metropolitano de Lisboa, que se tivessem avançado teriam deixado a cidade ainda mais exposta a uma lógica meramente comercial e não de serviço público. Foi possível alcançar o passe social intermodal, que permite usufruir de toda a rede a um preço mais justo.
Da iniciativa, saiu reforçado o compromisso de lutar pela mobilidade na freguesia e na cidade de Lisboa. Com a participação e envolvimento da população, será possível viver melhor em Lisboa. E a CDU lá estará nessa luta.