tribuna20201026

Tribuna Pública na USF da Baixa

tribuna20201026Realizou-se esta manhã uma Tribuna Pública com o lema «Combater a Covid-19, recuperar atrasos, garantir o acesso aos cuidados de saúde», junto à Unidade de Saúde Familiar da Baixa, no Martim Moniz, com a presença de Lurdes Pinheiro eleita do PCP na Assembleia de Freguesia de Santa Maria Maior e onde também interveio  Carlos Silva Santos, médico especialista em saúde pública, e dirigente do PCP

Esta iniciativa contou com a distribuição de um documento e contacto com os utentes deste serviço público e nas intervenções vieram colocadas preocupações que se vivem nos cuidados de saúde primários como:

  • milhões de consultas em atraso;
  • grande número de novas consultas não são marcadas;
  • exames de diagnóstico que não se realizam;
  • regista-se a falta de médicos, enfermeiros, técnicos, assistentes técnicos e auxiliares de acção médica, e aqueles que estão em funções estão exaustos;
  • regista-se a obsolescência de sistemas de telecomunicações e de equipamentos informáticos;
  • e ainda a existência de extensões de saúde encerradas.

Na Unidade de Saúde da Baixa, a situação não é diferente do que se passa no resto do País. Os utentes – sejam idosos ou jovens, muito doentes ou pouco doentes –, esperam de pé, na rua, em filas ao sol ou à chuva. “Nesta USF não nos mandam entrar e esperar, dão-nos um papel com um número de telefone e um endereço electrónico, e dizem para comunicarmos por essas vias e seguem-se os dramas de quem precisa de vir ao centro de saúde, mas ninguém atende o telefone, ou porque os emails são respondidos num prazo de 10 dias (…) e o mais preocupante é que as pessoas doentes que tinham um acompanhamento mais assíduo, deixaram de o ter.” – referiu a eleita do PCP na AF Lurdes Pinhiero, que mencionou ainda que “Quem trabalha neste Centro de Saúde não tem culpa, pois também sofre com a falta de pessoal e de meios.”

As dificuldades no SNS já vêm de trás, não são de agora nem apenas o resultado da situação pandémica que se vive, são fruto das opções de desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde e beneficiação do sector privado, dos governos do PS, PSD e CDS ao longo dos anos.

A saúde é um direito, não é um negócio.