Apresentação Estrela

Estrela. Por uma freguesia de todos e para todos

 
Apresentação EstrelaA CDU escolheu para apresentação da lista à Assembleia de Freguesia da Estrela um lugar simbólico. A Tapada das Necessidades, um espaço verde nobre da cidade, que a autarquia tem deixado degradar, visando a futura concessão destes valiosos dez hectares a privados.
 
As primeiras palavras couberam ao actor e encenador Flávio Gil, que tem feito uma obra notável de recuperação do teatro popular de revista na cidade. O actor é residente na Estrela

desde a infância e é mandatário da CDU na freguesia.
 
“Para mim, era inevitável aceitar o convite para ser mandatário desta candidatura. Foi nesta freguesia, primeiro nos Prazeres é certo, que passei grande parte da minha infância e depois da minha vida adulta”, afirmou.
 
Flávio Gil sublinhou os valores de partilha das populações da freguesia e ainda que o cabeça de lista, Tiago Mendes, que conhece há 23 anos, é uma pessoa que está sempre disponível para trabalhar em prol das pessoas. “Partilhamos algumas experiências da vida associativa e foi aí que pude ver que o Tiago, apesar de ter uma vida profissional e pessoal muito intensa, tem sempre tempo para olhar para os outros. A vida associativa, como sabemos, não nos oferece mais nada que o prazer de fazer e ajudar as outras pessoas. Isso custa tempo e disponibilidade que é retirada à nossa família e ao nosso trabalho, apesar disso, o Tiago arranja sempre tempo para ajudar os outros, tem essa capacidade de unir as pessoas e de as fazer encontrar a comunhão”, disse.
 
Tiago Mendes é formado em Recursos Humanos pelo ISCTE, e trabalha numa seguradora, mas tem também um grande empenhamento no movimento associativo. É dirigente na colectividade Grupo Dramático Escolhar dos Combatentes e também vice-presidente do Atlético Clube de Portugal. Responsabilidades a que soma à de ser eleito da CDU na Assembleia de Freguesia da Estrela.
 
Na sua intervenção, o cabeça de lista da CDU à Estrela saudou as muitas pessoas que aceitaram participar no trabalho de constituição das listas na freguesia e na capacidade e conhecimento que trazem: “A primeira palavra que queria deixar é para quem de forma corajosa e segura aceitou integrar a lista. São rostos mais ou menos conhecidos, são o reflexo da nossa freguesia, das nossas ruas, dos nossos bairros”.
 
Para Tiago Mendes, é necessária uma gestão autárquica que seja eficiente e não fique por responder com atraso aos problemas que se sucedem. “Não podemos esperar que surja um problema para o resolver, como é o caso do lixo que se acumula constantemente na Torrinha, em algumas ruas da Madragoa ou nas ruas menos conhecidas e visitadas da antiga freguesia dos Prazeres em que as ervas crescem até um metro de altura”, declarou.
 
O candidato pediu, às dezenas de activistas da CDU presentes, que olhassem com atenção o sítio onde estão: “Olhem para as vedações, os torreões, a estufa e vejam este espaço. O que ele é e o que devia ser. Admirem este pulmão no coração de Lisboa e o estado de abandono e degradação a que foi votado. Garanto que lutaremos sempre para que a Tapada das Necessidades seja requalificada, sem projectos mal amanhados, sem concessões disfarçadas, mas sempre em discussão com as populações. Este espaço é de todos e para todos”.
 
E Tiago Mendes continuou a enumerar aquilo que é preciso fazer para não deixar a freguesia da Estrela no marasmo em que se encontra. “Outro exemplo de inacção foi deixar a escola 72, ali na Lapa, chegar ao estado a que chegou, ou o parque infantil, na Praça da Armada, com o aspecto sujo e abandonado que está”, condenou.
 
O candidato prosseguiu a sua intervenção a ler um texto. “Queria também ler-vos umas palavras: ‘Na cidade de Lisboa e também na Estrela os equipamentos desportivos são insuficientes e o acesso à cultura está limitado a uma parte da população. Na nossa freguesia o movimento associativo tem raízes fortes e profundas, mas actualmente assistimos a uma realidade difícil na qual as colectividades abrem portas para sobreviver’, eu tive a oportunidade de dizer estas palavras nas autárquicas de 2017. É com uma sentida dor que assistimos ao desaparecimento de metade dos clubes e das colectividades em oito anos. Temos a lei das rendas, que o PS teima em não revogar, temos os apoios cada vez mais escassos. A pandemia a ninguém ajudou e tão cedo não nos livramos dela. Mas sobretudo tudo isto é devido à ausência de sinergias entre a autarquia e as instituições de base. Temos muito a fazer na cultura e no desporto na freguesia”, garantiu.
 
Tiago Mendes criticou a violação de promessas por aqueles que tendo dito ir manter os serviços das antigas juntas de freguesia de Santos o Velho, Prazeres e Lapa, aproveitaram a fusão das freguesias para extinguir serviços e diminuir o apoio às populações.
 
Abordou a necessidade de conseguir o direito à cidade para os fregueses da Estrela. “Pelo direito à cidade é preciso criar condições de alojamento para todos, para a família, os jovens, os idosos. Reabilitando as casas camarárias e arrendando-as a preços acessíveis”, concluiu.
 
 
A cidade desejada
 
João Ferreira, candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Lisboa (CML), usou a Tapada das Necessidades como exemplo daquilo que está a acontecer um pouco por todo o lado na cidade, onde os espaços que são de todos estão a ser propositadamente degradados, para serem concessionados a interesses privados.
 
Uma política que extingue hospitais públicos na colina de Santana para dar terrenos públicos para alargar hospitais privados, como é possível ver aqui na Tapada das Necessidades.
Segundo João Ferreira, apenas a CDU tem dado mostras de se ter oposto veementemente a esta privatização da cidade que deu aos especuladores imobiliários o poder sobre Lisboa e os lisboetas.
 
É possível uma cidade diferente, “uma cidade desejada”. Nestas eleições, o reforço da CDU significa um passo no caminho de uma Lisboa melhor.
 
“A CDU quer mobilizar forças e vontades para vencer a distância entre a cidade que temos e a cidade que queremos. É possível erguer uma governação democrática capaz de construir uma Lisboa viva, bela e justa”, disse João Ferreira.