A apresentação dos candidatos da CDU em Campolide foi feita no Bairro da Liberdade, numa zona em que se cruzam habitações populares e municipais e que espelha a necessidade de um trabalho autárquico que combata as desigualdades e apoie os munícipes e fregueses através de melhores serviços públicos e sociais.
A primeira intervenção esteve a cargo de Maria João Moura, investigadora, cabeça de lista da CDU à Assembleia de Freguesia de Campolide.
A candidata realçou a importância da tradição autárquica encabeçada por comunistas, verdes e independentes de trabalho, honestidade e competência, numa gestão que faz permanentemente o apelo à participação das populações.
A candidata confessou que, sempre tendo tido interesse na intervenção política, as dificuldades acrescidas vividas nestes tempos de pandemia apelavam a uma maior urgência na participação de todos.
A cidade e a freguesia precisam de uma maior intervenção das populações a todos os níveis, nomeadamente numa política ambiental que promova uma cidade social e ecologicamente sustentada, campo em que a CDU está desde há muito empenhada.
Pelo seu lado, João Ferreira, candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Lisboa (CML) acompanhou a candidata de Campolide no sublinhar das razões que levaram a escolha do lugar da apresentação da lista dos candidatos da CDU.
O lugar escolhido, habitado por gente que trabalha, foi sendo progressivamente esquecido pelos poderes autárquicos e é espelho de uma cidade em que a especulação manda e torna Lisboa um lugar cada vez mais desigual.
As pessoas foram sendo expulsas do centro da capital por inexistência de oferta de habitação que possam pagar.
Os bairro municipais não têm os meios necessários para garantir as condições de vida e habitação dos seus habitantes, apesar do orçamento da CML ser há muitos anos superior a mil milhões de euros anuais.
Não é por falta de recursos que a Lisboa dos trabalhadores não têm investimento, mas devido a uma política da CML que só dirige recursos para zonas turísticas e para a especulação imobiliária.
Há muito que Campolide devia ter mais autocarros e Metro. Em vez disso PS e BE na Câmara apostam numa linha circular que só tem em conta as zonas mais turísticas.
João Ferreira acompanhou também Maria João Moura na necessidade da CML ter preocupações ambientais. No ano passado a capital portuguesa foi escolhida para capital verde europeia, mas nada de especial foi feito nesse sentido: a cidade continua a ter zonas, como perto do Eixo Norte- Sul, a poucas dezenas de metros do sítio onde decorre a apresentação, em que os níveis de poluição são elevadíssimos.
Acresce a isto o facto de ser das poucas capitais com um aeroporto que cresce dentro da cidade e que faz aterrar cerca de 700 aviões por dia, com os custos ambientais e para a saúde dos habitantes, além dos riscos acrescidos, que isso significa.
João Ferreira sublinhou as afirmações da candidata de Campolide da necessidade de uma política autárquica que conte com as pessoas, para passar da cidade que temos para a cidade desejada.