Pedro Bastos vogal do Desporto e Ricardo Varela, vogal da Educação e Juventude, apresentaram na passada segunda feira em reunião de executivo da Junta de Freguesia de Alvalade uma Moção defendendo a rejeição da concessão do Teatro Maria Matos, anunciada pela Câmara Municipal de Lisboa, a qual foi chumbada com 4 votos contra dos eleitos do PS e 2 a favor do PCP.
“A Freguesia foi e é lugar de agregação
de gente da cultura, local de confluência de artistas, palco de várias propostas de criação artística e exemplo do estímulo à sua fruição, assumindo um contributo imprescindível no processo de democratização das artes e de acesso à cultura.
Ao avançar com esta proposta a Câmara Municipal de Lisboa priva a cidade de Lisboa e a Freguesia de Alvalade de um espaço público que é hoje um garante e impulsionador da prática e fruição culturais, entregando-o a um programador e gestor privado, cujo interesse assenta no rendimento da bilheteira, é entregar às regras da economia de mercado, interessadas na especulação e no lucro, a Arte serve como instrumento – ou é rentável, ou é inútil.
Em 2013 a freguesia já viu sucumbir o cinema King, marco da tradição cinéfila em Alvalade e na cidade de Lisboa e contraponto à exibição filmográfica mainstream, das grandes cadeias de distribuição, o que se auspicia para o Teatro Maria Matos não é completamente diferente. Embora não se trate encerramento desta sala, a passagem para a gestão privada encerra um ciclo de programação única. O processo que se anuncia, terá como objetivo a rentabilização pela empresa que venha a ganhar o concurso, ao invés do compromisso com a Arte e com a Cultura, na sua pluralidade.
Numa altura em que se torna gritante a insuficiência de espaços para as estruturas de criação artística, a cidade de Lisboa e a Freguesia de Alvalade voltam a perder.”