Apresentação Alvalade

Alvalade. Para ter uma freguesia mais verde é preciso um céu mais azul

 
Apresentação AlvaladeFoi na ponta do Campo Grande, já muito perto do largo de Entrecampos, numa zona em que o jardim parece submergido pelo tráfico rápido de viaturas e sob o som de alguns dos 700 aviões que aterram todos os dias em Lisboa, que se juntaram mais de uma centena de apoiantes e activistas da CDU para assistir à apresentação da lista desta coligação à freguesia de Alvalade.
 
Ana Gouveia, professora de profissão, apresentou os nomes da lista e deu a palavra a Sérgio Morais

de Oliveira, militante do PCP, consultor informático, cabeça de lista da CDU à Assembleia de Freguesia de Alvalade.
 
Sérgio começou por prestar contas do trabalho dos dois eleitos da CDU que integraram o executivo da Junta de Freguesia de Alvalade com os pelouros da Educação, Juventude e Desporto.
 
“O que fizemos nestes últimos oito anos? Fomos pioneiros na introdução do ciclismo no pré-escolar e nas crianças do primeiro ciclo. Apoiamos as deslocações pedagógicas, iniciamos as oficinas de expressão artística e de teatro no primeiro ciclo. Em parceria com o Centro de Saúde de Alvalade, promovemos actividades de sensibilização para a saúde oral e para a educação para uma alimentação saudável. Mantivemos um contacto permanente com as associações de pais, clubes e colectividades desportivas”, enumerou.
 
O candidato reafirmou que esta política constante de ouvir as pessoas e colaborar com o movimento associativo é a verdadeira marca distintiva da CDU. “É a única forma de estar ligado às pessoas e perceber quais são as suas aspirações, ideias e projectos”, garantiu.
 
A CDU apoiou sempre, na actividade da junta, a prática regular de desporto e o trabalho das associações e colectividades. Foi nesse âmbito que foi realizado o projecto “desporto júnior” que levou às escolas o rugbi, ginástica, voleibol, judo e xadrez. Foram realizadas oficinas gratuitas com a participação de mais de 400 crianças.
 
Os eleitos da CDU estabeleceram regras definidas e transparentes para melhor serem apoiadas as associações e colectividades.
 
Mas a actividade da CDU em Alvalade não se limitou a cumprir, nos pelouros que os eleitos da coligação tinham responsabilidade, intervieram em todas as áreas, ouvindo a população e apoiando as suas lutas.
 
“Os nossos eleitos lutaram pelo processo em curso da legalização do Bairro de São João de Brito, legalização, que mostra que vale a pena insistir e lutar pelo que é justo. A CDU esteve várias vezes no bairro da Boa Esperança batendo-se para fossem feitas obras e melhorias há muito necessárias e defendendo a transferência dos apartamentos para os habitantes do bairro. Não descansaremos enquanto a situação não for resolvida”, disse Sérgio.
 
A intervenção do candidato não se ficou por mostrar o trabalho já realizado, mas apelou à participação da população na construção do programa da CDU, deixando desde já algumas das preocupações que a coligação tem para o próximo mandato em Alvalade.
 
“Queremos uma centralidade cultural em toda a cidade e também na freguesia de Alvalade. Temos de aproveitar todos os equipamentos que temos, incluindo o teatro Maria Matos. Ainda temos a biblioteca Manuel Chaves Caminha, isso deve-se à grande pressão da CDU contra o seu encerramento. A cultura não pode continuar a ser exclusiva das partes mais centrais da cidade.
 
Temos muitos e variados equipamentos desportivos na freguesia. Mas continuamos a lutar para que tenham mais investimentos. Conseguimos o primeiro “skate parque” da freguesia, a requalificação do campo de futebol da Avenida Estados Unidos da América, o compromisso da requalificação do campo no Parque Teixeira Pascoais e apoiamos os investimentos no complexo desportivo do São João de Brito e na sede do Fonsecas e Calçada, afirmou, acrescentando que “a nossa freguesia tem bairros, aqueles que estão para além da Cidade Universitária, que estão separados por uma rede viária que é uma barreira para qualquer deslocação a pé. Os peões têm sido os parentes pobres das medidas de mobilidade, há cada vez menos espaços para caminhar e muita falta de segurança nos atravessamentos. Infelizmente, conhecemos muitas histórias de atropelamentos como as que sucedem no Campo Grande e na Avenida da Igreja. É urgente tornar as ruas mais seguras para andar a pé.
 
Necessitamos de mais transportes públicos e que sejam cada vez mais baratos. O segredo da mobilidade está aí. Só os transportes públicos podem levar todos a todo o lado a custos acessíveis e de forma sustentável”.
 
No princípio de um dos maiores espaços verdes da cidade, o cabeça de lista da CDU não deixou de referir os graves problemas ambientais que existem dada a sua transformação numa espécie de via rápida e na existência de um aeroporto poluidor no meio da cidade.
 
“O Campo Grande é uma área onde é necessário intervir para que o volume da circulação automóvel seja menor e menos geradora da poluição do ar e sonora.
 
Este jardim tem outro problema, assim como várias zonas da freguesia. Quantos de nós já tiveram que se calar para deixar passar um avião? Quantos de nós já sentimos as paredes de casa estremecer? Que sentido faz propalar a Lisboa verde e ignorar um dos maiores problemas ambientais que padece a cidade, e muito particularmente a nossa freguesia. Para ter uma freguesia mais verde é preciso ter o céu mais azul. É por isso que a saída do aeroporto da Portela é uma bandeira da CDU. Os voos nocturnos devem terminar já; ser elaborado um calendário da redução progressiva da utilização deste aeroporto, a ser substituído por um novo aeroporto construído no campo de tiro de Alcochete. Todos vimos como o ambiente melhorou quando o aeroporto esteve quase encerrado por causa da pandemia. Isto não pode ser uma realidade distante. Uma vez estabelecida uma data de saída do aeroporto, temos de iniciar uma ampla discussão pública sobre o que fazer no seu terreno. Já imaginaram o que podemos fazer naquele espaço? Todos juntos podemos fazê-lo e construir a cidade sonhada”, defendeu.
 
 
O impossível é o nome daquilo que a luta torna possível
 
João Ferreira, candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Lisboa (CML), começou por elogiar o discurso anterior por usar a prática da CDU de, antes de propor um programa novo, ter a capacidade de prestar contas às populações sobre aquilo que foi feito. “O Sérgio deu contas do trabalho que foi feito pelos dois eleitos da CDU no executivo da Junta de Freguesia. O que ele disse mostrou como foi decisivo o trabalho desses eleitos”, afirmou.
 
Evidenciando o muito que foi feito em Alvalade, e a importância de ter mais eleitos da CDU para ainda fazer melhor, João Ferreira mostrou que esta situação é comum a todas as freguesias e em relação à própria vereação da CML. “Nós tivemos dois eleitos em 17. Orgulha-nos poder dizer que não há desenvolvimento positivo nos últimos anos que não esteja associado à intervenção e à proposta dos vereadores eleitos da CDU”, garantiu.
 
Passe Intermodal, programa para a existência de rendas acessíveis, festival de literatura lusófona foram muitos dos exemplos gerais dados pelo vereador do PCP, que sublinhou uma luta tida e ganha na freguesia de Alvalade: “Travamos a luta pela regularização do bairro de São João de Brito. Andamos há anos a fazer essa luta com as pessoas a dizerem que era impossível. E o impossível é o nome que ontem se deu, aquilo que andamos a construir e que hoje vai ser uma realidade. E se o bairro de São João de Brito vai ser devidamente regularizado, isso deveu-se à persistência dos moradores, mas também à luta da CDU”.