Monsanto, com os seus 1.000 hectares, é o verdadeiro pulmão da cidade de Lisboa. Além da produção de oxigénio, fundamental para combater as emissões poluentes e as mudanças climáticas, este é um património natural extraordinário e insubstituível, nomeadamente pela sua riqueza botânica, e um espaço de lazer e prática desportiva ímpar.
No Parque Florestal de Monsanto (PFM), existem à disposição dos lisboetas e seus visitantes um parque de campismo, miradouros, Centro de Interpretação, o Espaço Biodiversidade, parques recreativos e de merendas; espaços para tratamento de águas residuais, para recolha e tratamento de animais, viveiros, circuitos de manutenção, centro de documentação e informação sobre o parque, espaços infantis e desportivos, moinhos, centro equestre, clubes desportivos.
Pela sua importância, Monsanto não pode estar acessível para a prossecução de negócios especulativos, abrindo a porta a todo o tipo de ocupações e fragmentações do terreno, que afectarão dramaticamente o seu equilíbrio, bem como intenções de desvirtuamento das suas funções, actividades e equipamentos. Ao longo dos anos, foram fragmentados espaços para serem entregues a privados para restaurantes, cafetarias, produção de grandes eventos, clubes, etc., mas sem o correspondente investimento e resolução de problemas que uma área como Monsanto apresenta.
Muitas foram as tentativas e intenções de aprovar projectos que, claramente, desprotegiam o PFM. É certo que algumas tiveram sucesso, mas muitas foram travadas pela oposição e luta das populações, como a hipótese de transferência do Hipódromo do Campo Grande, a intenção de ali instalar a Feira Popular, os Sapadores Bombeiros e a Protecção Civil no Restaurante Panorâmico do Alto da Serafina ou a Subestação da REN, apenas para mencionar alguns exemplos.
Em 2015, assistimos a mais um passo na delapidação do património da cidade – que é de todos! – com a entrega de novos espaços a privados. A maioria PS no Executivo da CML aprovou um concurso e adjudicou a uma empresa privada (a mesma a quem já tinha entregue o Mercado de Campo de Ourique) a exploração da Quinta da Pimenteira, da Residência Oficial da CML, do Moinho do Penedo e outras casas de função.
Esta decisão, ao arrepio de todos os alertas e contando sempre com os votos contra dos eleitos do PCP, ilustram bem a prioridade para Monsanto do PS na CML: entregar aos privados para exploração turística áreas e equipamentos que são de todos e deveriam estar ao serviço de todos.
Em Monsanto – tal como nos terrenos do aeroporto, do quartel e Museu dos Bombeiros junto ao C. C. Colombo, do Complexo Municipal em Alcântara vendidos ao Grupo Mello ou do Palácio Marquês de Tancos – a palavra de ordem é ALIENAR!
Além do chorudo negócio, que permite que uma única empresa fique com todo o negócio por uma renda mensal reduzida, esta adjudicação inibe os lisboetas de usar livremente equipamentos como os campos de basquetebol do Moinho do Penedo, que passarão a estar disponíveis para instalação de uma esplanada e uma tenda para eventos.
O vereador Sá Fernandes (PS) nega publicamente esta ocupação dos campos, apesar de constar no caderno de encargos e não ter, até à data, apresentado qualquer prova em contrário.
As populações de Lisboa e do distrito têm direito a usufruir de Monsanto como um espaço de lazer, descanso, contemplação e prática desportiva.
A CDU sempre defendeu o PFM e continuará a fazê-lo como área ambiental de excelência na nossa cidade, ao serviço dos seus habitantes, disponível e acessível a todos. Em Monsanto, as intervenções devem passar apenas pela melhoria das condições do espaço (estradas, iluminação, recuperação do edificado, sinalização e sinaléctica), dos equipamentos desportivos e de lazer, miradouros, parques infantis e de merendas, entre outros.
Dia 21 de Junho (domingo), às 13h, junte-se ao Piquenique da CDU.
Vamos defender o património ambiental, cultural e arquitectónico de Monsanto, exigindo a sua salvaguarda de interesses privados a quem só o lucro interessa.
Vamos exigir que Monsanto seja um espaço de fruição pública!
CDU em Defesa de Monsanto | Consultar PDF