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Tapada das Necessidades, privatização e destruição de um Jardim histórico


tapadamaio09 052A Tapada das Necessidades é um dos mais importantes espaços verdes de propriedade municipal em Lisboa, tem cerca de 10 hectares e remonta a 1742. Todo o arvoredo está classificado de interesse público, destacando-se algumas raridades, entre as quais a segunda mais importante colecção de cactos da Europa.

A CML aprovou hoje com os votos favoráveis do PS, PSD e abstenção do CDS, uma proposta que entrega a um privado a exploração de um jardim histórico e importante numa zona da cidade onde

não existem praticamente espaços verdes.

O Jardim, pese embora a requalificação que sofreu há alguns anos, foi-se degradando, pretexto que serve agora para se justificar a sua concessão.

Não se nega a pertinência da reabilitação da Tapada, lamentando-se o seu abandono, a falta de instalações sanitárias e de bebedouros, mas não se vislumbra que esta intervenção vá ao encontro desta necessidade.

Todo o processo foi conduzido sem participação da população residente e que são os principais utilizadores do espaço, nomeadamente, fazendo os tradicionais piqueniques da Tapada, passear e recreio de crianças.

Os impactes da instalação de um Restaurante e de edifícios de apoio, com os seus acessos, redes de iluminação, comunicações, águas e esgotos, gás, gestão de resíduos sólidos, demolições e construções de apoio e suas periódicas operações de manutenção, são significativos e negativos tanto na fase de construção como de exploração.

Além disso são de duvidosa utilidade a construção de equipamentos, de que é exemplo o auditório, no serviço à população. É particularmente chocante que se proponha um centro interpretativo da Tapada, ao mesmo tempo que se promove a demolição de estruturas históricas e simbólicas deste espaço, como as do antigo Jardim Zoológico.

O Vereadores do PCP repudia e condena a opção do PS, viabilizada pelo voto favorável do PSD e abstenção do CDS, de entregar na prática, a Tapada das Necessidades, a uma empresa que vai construir “equipamentos” de forma semelhante a tantos outros espaços da cidade num Jardim Histórico Municipal, afectando todas as suas características e valores e condicionando fortemente o seu uso e fruição pela população local, razão pela qual votaram contra esta proposta.