edificio alexandre herculano

Edifício que consta da Carta Municipal do Património do PDM transformado quase integralmente para apartamentos turísticos

 
edificio alexandre herculanoA Câmara Municipal de Lisboa aprovou hoje em Reunião de Câmara o projecto de arquitectura para obras de alteração com ampliação de um edifício localizado no gaveto da Rua Alexandre Herculano com a Rua Duque de Palmela.
 
O edifício em causa integra a Carta Municipal do Património do PDM na listagem dos “Bens imóveis de interesse municipal e outros bens culturais imóveis” e está abrangido pelo Plano de

Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE) identificado nos “Bens de Valor Patrimonial Relevante”.
 
De acordo com os princípios inscritos na Carta Municipal, os projectos de alteração dos edifícios nela identificados, ficam assim sujeitos, a um conjunto de premissas na sua apreciação que advêm do articulado dos respectivos regulamentos no sentido do respeito e da preservação dos mesmos, com vista à preservação da memória da cidade.
 
Os vereadores do PCP não defendem a musealização dos edifícios, contudo há que encontrar uma solução equilibrada face às novas exigências, defendendo e mantendo as especificidades que levaram à sua classificação.
 
O edifício em causa data de finais do século XIX, constituindo um exemplar único do quarteirão onde se insere, dado que os restantes têm sido substituídos.
 
A proposta agora aprovada, com o voto contra do PCP e os votos favoráveis do PS e PSD, prevê apenas a manutenção das fachadas e uma caixa de escadas, desprezando as outras áreas que serão demolidas. Isto num edifício que não está em ruínas, mas que resulta da intenção do proponente do projecto de alterar o uso habitacional para uso turístico, instalando cerca de 30 “apartamentos turísticos”, onde antes existiam 15 fogos habitacionais.
 
Os vereadores do PCP irão continuar a debater-se pela reabilitação que não coloque em causa as especificidades dos edifícios e pela preservação do património e da história da cidade, que não pode ser colocada em causa pelos interesses imobiliários e turísticos que continuam a predominar em Lisboa.