“Todas estas lutas, as lutas em que se envolveram as mulheres e homens que hoje apresentamos à cidade como candidatos da CDU; o empenho, a determinação, a combatividade destas mulheres e homens; são a mais sólida garantia quanto ao trabalho que estes candidatos se comprometem a fazer.
Estiveram sempre aqui, estivemos sempre aqui, na luta pelo direito à cidade. Estivemos ao lado do povo, porque povo somos.
Trabalhadores, que sentem na pele as dificuldades dos que vivem do seu trabalho, do seu esforço abnegado, tantas vezes pouco reconhecido e mal pago.
Vizinhos, dos que se sentem esquecidos nos bairros municipais degradados e com casas que nunca chegam a tempo e horas a quem delas mais precisa.
Lisboetas, com as mesmas preocupações, os mesmos problemas, os mesmos anseios, as mesmas aspirações que tantos outros lisboetas.
Gente que acredita que a cidade pode melhorar, que a vida dos que aqui vivem pode melhorar. Gente que lança mãos à obra, com uma vontade e uma determinação inabaláveis de erguer uma cidade ainda mais bela, mais justa e democrática.”, foi assim que João Ferreira, o candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, depois de fazer o inventário das principais luta travadas pela população de Lisboa para melhorar as suas condições de vida, apresentou os candidatos da CDU num Rossio animado com centenas de activistas e apoiantes desta coligação.
Nesta praça central da cidade – a poucos metros de um quarteirão histórico que a actual gestão PS/BE da Câmara licenciou para fazer um grande centro comercial em vez de, como defendeu a CDU, reabilitar o edifício, mantendo os seus comércios históricos e construir habitação a custos controlados – foi o local escolhido pela coligação que envolve comunistas, ecologistas e outros democratas para anunciar à cidade as mulheres e os homens que apresenta nós primeiros lugares da candidatura à Câmara Municipal e à Assembleia Muncipal de Lisboa.
Centenas de activistas e apoiantes da CDU marcaram presença, respeitando escrupulosamente as medidas de prevenção no combate à epidemia, na apresentação dos candidatos da coligação.
A primeira intervenção política da tarde esteve a cargo da dirigente do Partido Ecologista os Verdes (PEV), e actual deputada municipal, Cláudia Madeira. A ecologista realçou o empenho dos elementos da lista apresentada na melhoria da vida da cidade de forma a conseguir uma Lisboa em que a melhoria da qualidade de vida ande a par com a qualidade ambiental.
A deputada ecologista lembrou que a pandemia foi somar crise à crise e aumentou as dificuldades e as desigualdades entre os lisboetas.
“Esta realidade exige uma cidade mais robusta e mais solidária: uma cidade para todos em vez de uma cidade só para alguns.”, disse.
Cláudia Madeira sublinhou o falhanço das políticas da gestão PS e Bloco de Esquerda, muitas vezes com o apoio do PSD e do CDS, no combate às profundas desigualdades sociais que a pandemia veio demonstrar e agravou.
Por seu turno, o mandatário concelhio da CDU, António Modesto Navarro, que durante anos representou os lisboetas como deputado municipal, tendo sido inclusive Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, sublinhou, na sua intervenção, os princípios políticos que sempre pautaram as candidaturas que envolvem os comunistas, verdes e outros democratas nas autarquias: “A nossa história aí está, no poder local democrático que construímos e continuaremos a erguer em Lisboa. Lutar sempre pela vida e pela participação intensa e popular nos órgãos municipais e das freguesias. Temos e teremos um papel fundamental na acção de ouvir as populações e os trabalhadores, as instituições, as colectividades locais; de darmos caminhos justos e transformadores às aspirações e propostas para fazer avançar esta Lisboa da resistência ao fascismo, da Revolução de Abril, das nacionalizações e das lutas pelo futuro.”
A cabeça de lista da CDU à Assembleia Municipal, Leonor Moniz Pereira, relembrou os principais combates em que estiveram envolvidos os eleitos da CDU no anterior mandato e defendeu a valorização da Assembleia Municipal com órgão democrático que tem de fiscalizar o trabalho do executivo da Câmara Municipal de Lisboa.
“Por isso queremos, e Lisboa precisa, de uma Assembleia Municipal:
– onde todos se sintam à vontade para entrar;
– com maior representatividade e identidade cultural, retirada com a liquidação de mais de
metade das freguesias;
– onde as populações de Lisboa e as suas associações e organismos, sejam chamados a
debater os problemas e a evolução da cidade, com regularidade democrática e em condições
dignas de participação, sem os entraves de regimentos cerceadores.
Queremos, e Lisboa precisa, de uma Assembleia Municipal:
– que, com a sua legitimidade democrática, seja escutada pelo executivo, e não seja reduzida
a uma tribuna de anúncio de medidas mais ou menos sonantes ou mediáticas;
– onde, sejam banidas as alterações legislativas que lhe amputaram parte das competências
de órgão fiscalizador da atividade da Câmara Municipal;
– sem maiorias absolutas, impeditivas de decisões abrangentes e enriquecidas pelo
contributo de todos os eleitos.”
Lutar pela cidade que queremos, distante ainda da cidade que temos
Na intervenção final da apresentação, João Ferreira falou do trabalho que está a ser feito para a elaboração de um programa da candidatura que contribua para a construção de uma Lisboa mais justa e mais bela.
“A transformação que queremos levar a cabo em Lisboa não resultará de nenhum programa fechado e pronto a servir.
É uma transformação que se faz com as pessoas, com as populações. É com elas que queremos construir o nosso programa.
Será um programa construído sobre o terreno firme e confiável do trabalho que fizemos nos últimos anos.
Este é o tempo de prestar contas à população desse trabalho. Já começámos a fazê-lo e vamos continuar a fazê-lo nos próximos dias e semanas.
Mas, para nós, o balanço dos últimos anos tem um sentido especial. É um balanço que não se limita a olhar para trás, para o que fizemos e para aquilo que os outros fizeram ou não fizeram.
Este é um balanço que serve sobretudo para ganhar balanço, para abrir caminho, para projetar e construir o futuro. Para lutar pela cidade que queremos, distante ainda da cidade que temos.”