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AML: PCP saúda luta e defende direitos da juventude

 cml pracadomunicipioA deputada municipal do PCP, Ana Carolina Ambrósio, interveio ontem, dia 31 de março, na Assembleia Municipal de Lisboa, para saudar as acções de luta da juventude das últimas semanas e para defender os direitos económicos, sociais e culturais dos jovens, na perspectiva de um futuro digno.

“Assinalou-se na passada terça-feira, 24 de Março, o Dia Nacional do Estudante e no sábado, 28, o Dia Nacional da Juventude. Estas datas assinalam importantes momentos de resistência protagonizada pela juventude durante a ditadura fascista e foram, também este ano, assinaladas com luta pelos jovens portugueses.

No dia 24, largas centenas de estudantes do Ensino Superior saíram à rua, em Lisboa e noutros pontos do país, reinvindicando o seu direito a estudar com e em condições. No dia 28, culminou em Lisboa a Marcha da Interjovem/CGTP-IN pelo “Trabalho com direitos! Contra a Precariedade e Exploração”.

 

Saudamos estas acções de luta da juventude e aproveitamos para também aqui dirigir uma saudação aos trabalhadores da Administração Pública, muitos deles jovens, que estiveram em greve no passado dia 13 de Março e aos estudantes do Ensino Básico e Secundário que no dia 18 de Março realizaram um dia nacional de luta com expressão em várias escolas e pontos do país.

 

Saudamos ainda a luta dos estudantes da Escola de Música do Conservatório Nacional e os resultados já obtidos, que comprovam a unidade, organização, mobilização e luta como força consequente e transformadora. Saudamos todos aqueles que lutam e resistem porque, como sabemos, nem para todos o país está melhor.

 

Pelo contrário, a situação com que uma larga maioria dos jovens portugueses hoje se depara é a da degradação das condições de vida, é a da elitização do Ensino e degradação da escola pública, é a da falta de apoios e do abandono escolar. É a situação da precariedade generalizada e do flagelo do desemprego, sem esquecer, ainda, a emigração. É a dos baixos salários, a dos dois empregos que não deixam tempo ou dinheiro para o lazer, para a cultura, para o desporto… É a da falta de perspectivas de futuro, com os jovens a serem lesados nos seus direitos económicos, sociais e culturais.

 

A defesa desses direitos, consagrados na lei fundamental do País, é também da responsabilidade de todos os eleitos aqui presentes.

 

Em Lisboa, vivem, estudam e trabalham muitos jovens. Para que o possam continuar a fazer, e para que aqui se fixem e se mantenham, é fundamental que encontrem na nossa cidade meios para a efectivação dos seus direitos económicos, sociais e culturais e a perspectiva de um futuro minimamente digno.

 

Para tal, há ainda um longo caminho a percorrer na implementação de políticas de juventude que, para além de ficarem bonitas no papel, dêem uma efectiva resposta aos seus problemas e preocupações. Há ainda que preencher o enorme hiato na definição de políticas que sirvam realmente os jovens e que abram caminho a que Lisboa possa ser, efectivamente, uma cidade mais justa, zelando, como disse há pouco, pela defesa dos seus direitos.

 

Importa criar mais emprego em Lisboa, mas emprego com direitos e digno. A juventude não precisa da Câmara de Lisboa como mais um agente promotor de trabalho precário.

Importa levar a cultura às pessoas e apoiar iniciativas culturais, outras que não os grandes eventos comerciais.

Importa trabalhar para a democratização da prática desportiva na cidade.

Importa olhar para as dificuldades do movimento associativo juvenil na cidade, apoiá-lo e criar as estruturas necessárias para o viabilizar.

Importa priorizar as reinvidicações das populações sobre os transportes relativamente a outras agendas.

Importa alargar os programas de habitação a custos controlados para jovens, por forma a cobrir as reais necessidades, e promover a reabilitação urbana não apenas à medida do turismo, mas também destas populações.

Há que dar a dimensão da cidade às políticas de juventude e dar à juventude a importância que ela tem para a cidade.

 

Esta não tem sido a prioridade deste Executivo, como o não têm sido o povo, as pessoas, no geral.

 

Para o PCP, uma vida melhor para os jovens portugueses no nosso país pode começar em Lisboa, exista a vontade de criar as condições para que isso aconteça.”