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SOBRE O INCÊNDIO DE 6 de OUTUBRO

43354662 2738223222870595 8516088345946750976 nNo dia 6 de Outubro deflagrou um incêndio que afectou o Concelho de Cascais e destruiu uma vasta área inserida no Parque Natural Sintra-Cascais, evidenciando, uma vez mais, os problemas de falta de gestão da floresta e as deficiências das acções preventivas.O PCP saúda o trabalho de todas as forças dos profissionais, bombeiros sapadores e voluntários no terreno que permitiram que não se registassem vítimas mortais ou feridos de elevada gravidade, não pode deixar de registar e referir a ineficácia das acções preventivas e de gestão que permitiram um incêndio com estas características.

Ainda no passado dia 4 de Outubro, 5ª feira, o PCP realizou uma visita às instalações da Câmara em Vale Cavalos, na freguesia de Alcabideche, onde constatou que a limpeza dos terrenos e a criação das faixas secundárias de gestão de combustível não foram executadas de acordo com o previsto, verificando- que, mesmo nas zonas onde houve corte de vegetação, uma grande parte desta ficou “abandonada” no terreno, servindo de combustível à mercê de qualquer fonte de ignição.
Os próprios sapadores florestais da Câmara de Cascais denunciaram que foram impossibilitados de realizar a necessária vigilância da floresta durante a época de incêndios por estarem destacados para outras tarefas, mesmo quando recebiam alertas de elevado risco de incêndio por parte da Protecção Civil. Nem com o facto de terem ocorrido três incêndios, em poucos dias, na área do Parque Natural, o último dos quais na tarde de dia 6 de Outubro, a Câmara alterou a sua política de prevenção.
Atento a tais situações, o PCP não pode deixar de se indignar com tamanha incúria por parte dos responsáveis da Câmara de Cascais que parecem aguardar pela ocorrência deste tipo de catástrofes para, como alguns munícipes temem, iniciar o processo de “betonização” de uma zona com elevado interesse de investimento imobiliário.
Um desleixo, tanto mais grave, que colocou em risco a vida das populações e a segurança das suas habitações e restantes bens materiais. E, infelizmente, acabou por destruir parte de um ecossistema como o da área protegida do Parque Natural Sintra-Cascais com a sua enorme biodiversidade de espécies.

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Num concelho em que o executivo quer a qualquer preço exercer a “municipalização das funções sociais do Estado” ficam bem patentes os propósitos de tal posição – potenciar negócios privados, favorecer interesses económicos instalados, deitar a mão aos valores mais apetecíveis – deixando de fora os trabalhadores e as populações locais do concelho, criando cada vez maiores assimetrias sociais.
O PCP, na sua ação permanente na defesa dos direitos e interesses dos cascalenses não deixará de inquirir o executivo camarário e o próprio Presidente da Câmara de Cascais, autoridade máxima política da protecção civil no concelho, para que assumam as suas responsabilidades quanto à faltas de condições de trabalho dos sapadores florestais municipais, que sejam apuradas todas as demais responsabilidades do incêndio da noite de 6 de outubro para que tais situações não se voltem a repetir.

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O PCP vai, já na próxima reunião de Câmara Municipal, dia 9 de Outubro, apresentar uma proposta para que seja totalmente proibida qualquer construção nas zonas ardidas no Concelho de Cascais e que se inicie desde já o trabalho de reflorestação devidamente planeado com espécies autóctones.

Comissão Concelhia de Cascais do PCP
08/10/2018