A falta de planeamento e estratégia põe em causa acesso da população de Cascais aos cuidados de saúde.
É necessário e urgente dar resposta a quatro conjuntos de questões, nomeadamente:
– A resposta, ou falta dela, dos actuais equipamentos de saúde no Concelho de Cascais às necessidades dos utentes. Quer em termos físicos dos equipamentos, quer em termos dos meios humanos, existem cerca de 55 mil utentes sem médico de família. O Centro de Saúde de Carcavelos funciona sem as mínimas condições para utentes e trabalhadores, num espaço extremamente exíguo para as reais necessidades da população da Freguesia; o novo Hospital de Cascais, pouco mais de 6 meses após a sua inauguração, apresta-se a entrar em ruptura operacional, não dando a necessária resposta em termos de camas para internamento, com doentes nos corredores a receberem tratamento, por outro lado os 2 equipamentos de saúde, que o novo Hospital veio substituir, estão desactivados, servindo o antigo Hospital de Cascais para temporariamente acolher o Centro de Saúde de Cascais que se encontra em obras.
A necessidade de mais médicos de família no Concelho tem de ser uma prioridade, o acesso à saúde é condicionado por cerca de 55 mil utentes não terem medico de família e as consultas de urgência para estes utentes terem sido centralizadas nos Centros de Saúde da Parede e Alcabideche.
– Os trabalhadores da saúde no Concelho vivem uma situação de grande instabilidade e corte nos seus direitos. Contratos precários, empresas de aluguer de mão-de-obra, despedimentos e saída de trabalhadores são situações que importa inverter.
As próprias condições de trabalho são, em alguns casos, deficientes, como em cima se demonstra.
– A rede de transportes públicos que serve o Concelho é claramente insuficiente. Em termos de acesso à saúde, as condicionantes aumentam com o pagamento de estacionamento no Hospital de Cascais, imposto pelos privados.
Todo o Concelho de Cascais é afectado pelo insuficiente serviço publico prestado pela Scotturb, concessionaria do transporte público rodoviário no Concelho. O acesso à saúde é condicionado pelas poucas carreiras a servir o novo Hospital e Centros de Saúde, havendo casos em que um utentes necessita de apanhar 3 ou mais transportes para chegar aos referidos equipamentos, ainda agravado pelo facto do Concelho de Cascais não estar integrado no Passe Social.
Perante esta situação, sendo quase obrigado a recorrer ao transporte próprio, os utentes são confrontados no novo Hospital com o pagamento do Parque de Estacionamento, que só serve para aumentar ainda mais os lucros da empresa Teixeira Duarte, como se uma ida ao novo Hospital não fosse uma necessidade.
– A política do Governo PS, com o acordo e participação activa do PSD, degrada o Serviço Nacional de Saúde, entrega a privados o que é de todos e aumenta o preço dos medicamentos.
O PCP apresenta, como alternativa a esta politica de desastre, um conjunto vasto de propostas, que incluem:
– A gestão pública do Hospital de Cascais, acabando com as Parcerias Publico-Privadas, que tantos malefícios tem trazido ao povo e ao país, como foi reconhecido em relação ao gestão privada do Hospital Amadora-Sintra.
– A urgente construção de um novo Centro de Saúde em Carcavelos, encontrando uma alternativa provisória e viável para o funcionamento do mesmo enquanto decorrerem as obras de construção.
– A utilização dos equipamentos desactivados, com a abertura do novo Hospital, como Hospital de rectaguarda, de cuidados continuados e paliativos.
– O reforço do Serviço Nacional de Saúde público, gratuito e de qualidade, dotado dos meios humanos e materiais necessários para cumprir o seu papel insubstituível na garantia do acesso à saúde à população.
Por tudo isto o PCP exige que as entidades responsáveis tomem medidas urgentes para acabar com esta gravosa situação.
O PCP reafirma que, da sua parte, tudo fará para garantir um Serviço Nacional de Saúde público, gratuito e de qualidade, e apela à população para que se mobilize nesta luta.
Sem outro assunto,
A Comissão Concelhia de Cascais
do Partido Comunista Português