Intervenção de Jose Carlos Silva, eleito do PCP na Assembleia Municipal de Cascais
O facto da área deste projecto ter sido acrescentada, em 2018, à Área de Reabilitação Urbana de Carcavelos, levou a que fosse possível aprovar sucessivamente loteamentos que, de outra forma, pelas suas características, teriam que ser considerados como Planos Municipais de Ordenamento do Território, com outras implicações ao nível da sua elaboração.
Todos estes loteamentos e respectivas vias circulantes irão transformar as zonas habitacionais limítrofes, num amontoado de betão e num frenesim de tráfego, afectando profundamente a qualidade de vida das pessoas, aliás à imagem e semelhança do que tem vindo a ser feito genericamente por todo o Concelho.
Com 1 hectare e meio de áreas de escritórios, este empreendimento, que contempla ainda habitação, comércio, restauração e um Centro Comercial, com toda a movimentação inerente de viaturas ligeiras e pesadas, vai certamente ter impactos negativos sobre uma população, que há muitos anos escolheu aquele espaço, em tempos sossegado, para viver.
Neste momento no resto do País, corrigem-se finalmente alguns erros graves de planeamento urbanístico e procede-se à demolição de edifícios que, no espaço onde se inserem, constituem verdadeiras aberrações arquitectónicas ou crimes ambientais e culturais.
Contudo, ao arrepio de todas as recomendações técnicas e científicas, contra os novos paradigmas de desenvolvimento e não respeitando minimamente a opinião e a qualidade de vida das pessoas, a Câmara de Cascais continua teimosamente a defender uma política de ocupação dos espaços, com edificações megalómanas e vias sobredimensionadas.
Esta Câmara sabe perfeitamente, só não lhe convém dizer, que quem vai continuar a pagar todos esses erros e desmandos são seguramente todos os munícipes.
Cabe aqui perguntar: até quando esta maioria PSD/CDS, com esta gestão danosa, ficará impune?