Na reunião de câmara, do passado dia 10 de Novembro, o PCP responsabilizou a câmara e o governo, ambos liderados por coligações PSD/CDS, pela má qualidade das refeições servidas aos alunos nas escolas do concelho e manifestou a sua firme oposição e luta contra o intuito de converter um direito essencial, como a água, num negócio de milhões para o grande capital.
A intervenção do vereador comunista, Clemente Alves, sobre a responsabilidade da câmara na má alimentação escolar teve por base as várias visitas realizadas a escolas do concelho de Cascais. Nas visitas realizadas pelo PCP o descontentamento relativo à qualidade das refeições e das condições em que estas são servidas foi manifestado por dezenas de alunos e comprovado pelo próprio vereador. O fornecimento das refeições está a cargo, essencialmente, de duas empresas multinacionais, a GERTAL e a ITAU, que, para além da deficiente qualidade do serviço prestado, nunca cumprem com as dotações de pessoal a que estão contratualmente obrigadas.
Entre outras questões, Clemente Alves, interrogou o Presidente da Câmara:
“Porquê a entrega da alimentação dos nossos alunos a empresas multinacionais cuja maior preocupação é a da máxima rentabilidade do seu negócio e que, para majorarem os lucros, roubam descaradamente os alunos, servindo-lhes comida de baixa qualidade?”
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Na declaração de voto sobre a proposta intitulada “Sistema Multimunicipal de Águas de Lisboa e Vale do Tejo – Consultadoria Jurídica” o PCP apresentou as três razões pelas quais votou contra. Primeiro, o PCP não pode compactuar com o uso abusivo dos contratos de prestação de serviço por ajuste directo, que deveriam ser excepção, mas que são norma habitual na Câmara de Cascais. Segundo, esta contratação de serviços de consultadoria jurídica, não só, é um desperdício de dinheiros públicos, como está a passar um claro atestado de incompetência aos excelentes juristas que a câmara dispõe. Por último, o dito “Sistema Multimunicipal de Águas”, que serve de pretexto para mais este ajuste directo, trata-se, como afirmou o vereador comunista, de “mais um indecoroso processo que este governo põe em movimento para ajeitar a entrega por atacado da água, que os municípios asseguram às populações, para negócio do capital privado”.