Carlos Silva Santos, É urgente travar o descalabro autárquico na cidade

É preciso é urgente travar o descalabro autárquico na cidade

Carlos Silva Santos
Eleito autárquico na Assembleia de Freguesia do Lumiar pelo PCP
publicado em www.cdulumiar.blogs.sapo.pt

O novo ano de 2007 na freguesia do Lumiar e na cidade de Lisboa apresenta-se muito sombrio. O descalabro autárquico é hoje completamente visível e não é mais possível disfarçar com floreados propagandísticos, medidas avulsas, pontuais e demagógicas. Os responsáveis e as forças políticas que os suportam estão perfeitamente identificados. A coligação formal ou escondida do PSD e do CDS está a desgovernar a cidade.

Sem querer ser exaustivo façamos um pequeno exercício de enumeração dos malefícios de que somos alvo na cidade e em particular na freguesia do Lumiar. Contam os por acção e também os por omissão: Primeiro é notório a desorganização e mesmo desorientação dos serviços camarários devido essencialmente a uma falta evidente de orientação e coordenação do executivo camarário que preferiu contratar ranchos de assessores na generalidade incompetentes e desconhecedoras, que estão lá para organizar contratações de empresas externas prestadores de serviços, delapidando o património potencial do município. Esta gestão é ineficaz e nada eficiente. Querem uma contra prova? Tentem tratar qualquer assunto ou problema junto dos serviços da Câmara, por escrito, por telefone ou directamente. O mais certo é serem mandados de gabinete para gabinete de dito responsável para responsável e, no fim, o problema fica sem solução a aguardar que os astros se conjuguem, quer dizer, que os múltiplos serviços desorganizados se acertem.

São imensos os exemplos concretos desta inoperância desde falhas de iluminação, deficiências dos passeios públicos e da sua higiene, abandono de jardins e espaços ajardinados, degradação de pavimentos e erros graves de regulação da circulação automóvel, uso e abuso de obras na via pública sem respeito pelos utentes.

Noutros campos o panorama não é melhor. Na área da educação a intervenção municipal na renovação e manutenção dos equipamentos escolares é omissa ou fora de tempo ou não adequada, no que de resto é acompanhado pelo desgoverno do PS. Para exemplo, atentem na baralhada inqualificável que foi e é o caso do ensino básico no agrupamento Lindley Cintra, com a acumulação em muito más condições de 400 alunos na escola nº 31, e olhem para a degradação da generalidade das instalações escolares públicas da nossa freguesia.

As dificuldades de acesso aos cuidados de saúde e de doença dos vizinhos do Lumiar continua inaceitável com perto de 10.000 utentes sem médico de família. A substituição das encerradas instalações do Posto da Musgueira por um novo espaço constituído por duas exíguas lojas do Alto do Lumiar não é solução aceitável. Continua na ordem do dia a construção de raiz do novo centro de saúde que faz parte dos equipamentos prometidos para esta área.

A falta de equipamentos sociais, a inoperante intervenção e manutenção do parque habitacional camarário e do mobiliário urbano, bem como a não resolução de problemas gritantes como a dos habitantes da Rua Queiroz Pereira traduzem o falhanço das empresas municipais e dos seus muitos assessores.

O apoio ao movimento associativo e cultural por parte Junta de Freguesia e da Câmara continua a ser casual, errática e sem critérios transparentes. À falta de investimentos e obras realizadas o Presidente da Junta tem-se limitado a desempenhar o papel de relações públicas e de intermediário, quase sempre sem sucesso, entre os cidadãos e a autista equipa dirigente do seu partido na Câmara.

Neste afundamento da cidade é triste verificar a omissão, a inacção e mesmo a tomada de posições retrógradas por parte dos eleitos do PS, tolhidos por uma cega defesa do seu indefensável governo e do seu ataque ao poder autárquico democrático. Mais tarde que cedo terão a paga quer dos eleitores quer mesmo dos dirigentes a quem aceitaram servir.

Mas é verdade que a situação é difícil tanto mais que a informação e a comunicação está agrilhoada, prisioneira dos interesses económicos que suportam o actual governo e a direcção da autarquia de Lisboa.

Todos os vizinhos, todos os cidadãos conscientes, todos os camaradas e companheiros são chamados a dar o seu contributo denunciando as situações atentatórias da qualidade de vida e do bem-estar, propondo acções e medidas de combate a todos os níveis, de forma concertada, persistente e efectiva.

O Povo em acção pelo progresso e pela humanidade acaba sempre por vencer.