Na madrugada de 18 para 19 de Novembro, o Governo português decidiu utilizar a força para furar a greve que os trabalhadores da ValorSul desenvolvem desde a semana passada. Comportamento que repetiu na manhã de 19 (como as fotos ilustram).
O Governo tenta justificar a intervenção policial com a estafada desculpa do "direito ao trabalho". Mas Mente! A Força armada do Estado está a ser utilizada para defender a prática de ilegalidades como a substituição de trabalhadores grevistas, o funcionamento das instalações sem respeitar as regras de segurança existentes e para tentar intimidar os trabalhadores em luta!
O PCP está solidário com a luta dos trabalhadores da ValorSul, repudia o comportamento do Governo e apela à solidariedade activa com os trabalhadores em luta!
Sobre as declarações do PS
As declarações de um deputado do PS – José Junqueiro – sobre a presença solidária de Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP, ao lado dos trabalhadores da ValorSul são elucidativas do que é e do que quer este PS:
1. O PS justifica a presença policial e a sua actuação – insistindo na mentira do "direito ao trabalho" de quem quer trabalhar, e fazendo de conta que ignora que a força policial está na ValorSul para impôr a vontade ILEGAL do Governo e não a lei, que é coisa bem distinta. Na ValorSul só o piquete de greve tenta defender a lei: é o Governo e a sua polícia que a violam!
2. O PS reprova a presença do líder parlamentar do PCP ao lado dos trabalhadores, comportamento "que não é digno de um político". Ou seja, um "político" para o PS é alguém que se coloca – SEMPRE – ao lado dos exploradores e que usa a força policial para reprimir a justa e legal luta dos trabalhadores. Esses "políticos" como os vê e sonha o PS são muitos. Mas os deputados do PCP não são e não querem ser assim. E ao colocarem-se ao lado da justa luta dos trabalhadores, assumem o único comportamento que dignifica a Assembleia da República: serem diferentes dos "políticos" que são todos igualmente a disciplinada voz dos exploradores.
3. O PS condena os que se colocam ao lado dos trabalhadores, assim dificultando "a solução do problema." Ou seja, para o PS, que usou a policia para resolver "o problema", o PCP devia deixar os trabalhadores isolados à mercê da utilização ilegal da força por parte do Governo. Acontece que o PCP tem a opinião oposta: o problema é o Governo e as suas práticas ilegais; o problema é a Administração da ValorSul e a sua tentativa de impôr a redução de direitos e salários aos trabalhadores. Só os trabalhadores estão do lado da solução, e o PCP coloca-se firmemente ao seu lado.