Prossegue a luta na ValorSul

Prossegue a luta na ValorSul, apesar das tentativas de intimidação policial e através da deturpação dos serviços mínimos.

Esta madrugada, com os trabalhadores em luta esteve uma delegação da União dos Sindicatos de Lisboa encabeçada pelo seu coordenador, Arménio Carlos. As fotos podem ser vistas na respectiva galeria

Em Ler Mais, reproduzimos a Resolução aprovada no plenário de trabalhadores de 14 Novembro, e a Nota do SINQUIFA repudiando a ilegal acção policial. 

Resolução
Plenário Trabalhadores da ValorSul

Reunidos hoje em Plenário Geral, para fazer o ponto da situação da sua luta, os trabalhadores da ValorSul decidiram:

1. Prosseguir a greve nos mesmos moldes que têm vindo a realizar, dado que as propostas da Administração continuam a ser vagas e insuficientes para viabilizar o Acordo.

2. Condenar o comportamento do Governo neste processo, quer pelos serviços mínimos ilegais decretados, quer pela intervenção da força policial, interferindo e pondo em causa o direito à greve.

3. Repudiar energicamente a intervenção e manutenção da policia junto à sede da Valorsul e exigir a sua imediata retirada do local.

4. Exigir a todos os accionistas da Valorsul, em especial os Municípios, para que assumam a sua responsabilidade no processo e, em vez de continuarem a lamentar-se com a greve, como se nada tivessem a ver com a situação, tomem medidas sérias para viabilizar o Acordo e ponham cobro ao conflito.

5. Solicitar audiências a todos os órgãos de poder e aos grupos parlamentares para esclarecer a luta dos trabalhadores e denunciar o comportamento ilegal da Administração e do Governo, através dos Ministérios do Trabalho, do Ambiente e da Administração Interna.

Temos razão e não será a intervenção da polícia ou outras medidas ilegais que fará quebrar a unidade e firmeza dos trabalhadores.

– Pela Defesa do Acordo de Empresa

– Pela Satisfação das nossas Reivindicações

– A Luta Continua!

14.11.2007

NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL DO
SINQUIFA


Será que o Governo decretou o Estado de Sítio na ValorSul?

Face à grave intervenção da polícia verificada ontem na ValorSul e à sua manutenção junto das instalações da empresa, com as consequências imprevisíveis que isso pode provocar, os trabalhadores hoje reunidos em Plenário Geral, condenaram essa intervenção e exigiram a imediata retirada da polícia do local.

Nesse sentido, o Sindicato enviou ao MAI, com conhecimento ao Governador Civil e ao Provedor de Justiça a carta que a seguir se transcreve:

"Exmos. Srs.

Os trabalhadores da ValorSul, em greve, foram, ontem, confrontados com a intervenção inopinada de uma força policial.

Esta intervenção e intromissão da polícia, na greve dos trabalhadores, sem que houvesse a mínima razão para isso, constitui um inaceitável e perigoso atropelo à lei.

Os trabalhadores não estavam a cometer qualquer ilegalidade, nem tão pouco a provocar desacatos. Estavam, iso sim, a cumprir tranquila e responsavelmente, o seu direito de greve como sempre fizeram em todas as greves efectuadas anteriormente.

A polícia não foi à Valorsul repor a ilegalidade ou a ordem pública porque não havia ali, da parte dos trabalhadores, qualquer ilegalidade ou desordem. Pelo contrário, o que lá foi fazer foi intrometer-se numa greve que está a ser cumprida dentro de toda a legalidade, provocar a desordem e ajudar a Administração a violar a Lei da Greve, na medida em que apoiou e ajudou a substituir trabalhadores em greve por trabalhadores da Securitas.

Mas, se a intervenção, ontem, da polícia foi uma atitude perfeitamente veronhosa e grave da parte do Governo, manter a poolícia ali é uma atitude ainda mais vergonhosa e irresponsável, pelo que significa como mancha no nosso regime democrático e pelos efeitos que isso pode provocar numa situação de greve e de conflito, onde qualquer pormenor pode fazer desencadear situações de consequências imprevisíveis.

A situação é tão grave e caricata que chega-se ao ponto da polícia dar ordens a trabalhadores em greve, como se estivéssemos num autêntico estado de sítio na ValorSul.

Por tudo isto, os trabalhadores, reunidos em Plenário Geral, hoje de manhã, decidiram:

– Repudiar, energicamente, a intervenção policial e exigir a imediata retirada da polícia do local.

– Exigir explicações do que está a acontecer, bem como, o apuramento de todas as responsabilidades, isto é, quem pediu a intervenção, quem mandou intervir, quais as razões e motivos da intervenção e quais as ordens dadas para a intervenção.

– Exigir a devida punição dos responsáveis por tão vergonhosa e grave atitude."

14 Novembro 2007