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CT Vitória enche para condenar guerra de agressão ao povo Líbio

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Mais de cem pessoas participaram numa acção de debate e
esclarecimento contra a agressão imperialista à Líbia, organizada pelo
PCP. O Debate, organizado pela Organização Regional de Lisboa do PCP teve como
oradores principais Manuela Bernardino, membro do Secretariado do Comité
Central, responsável das relações internacionais do PCP e Silas
Cerqueira, activista e fundador do movimento da paz português e de
solidariedade com os povos em luta, recentemente regressado de Tripoli
(capital Líbia) onde participou numa conferência internacional de
solidariedade com o povo Líbio e contra agressão imperialista.

 

Com o salão do Centro de Trabalho Vitória cheio com cerca de 110
militantes do PCP, personalidades independentes e activistas da luta
pela paz e de solidariedade com a luta dos povos, o debate foi uma viva
denúncia das dramáticas consequências da guerra desencadeada pelos EUA,
França, Grã-Bretanha e NATO contra o povo Líbio e uma forte afirmação da
determinação em prosseguir e intensificar a luta pela paz, o fim da
ingerência externa e dos bombardeamentos.

Bombardeamentos que, na opinião dos dois oradores e de vários
participantes do debate que usaram da palavra, são a mais evidente prova
da falsidade e hipocrisia dos pretextos invocados pelas potências
agressoras para desencadear os ataques. Fazendo o paralelismo entre a
guerra de agressão à Líbia e outras guerras imperialistas como a guerra
do Afeganistão, do Iraque ou da Jugoslávia, os participantes deploraram o
papel do Conselho de Segurança da ONU, que por via da aprovação das
Resoluções 1970 e 1973, tomou uma decisão que nas palavras de Silas
Cerqueira é ilegítima, ilegal e criminosa.

Chamado a atenção para os perigos decorrentes da continuação da
guerra, não ignorando problemas sociais e políticos existentes, mas
afirmando o direito dos povos de decidirem pelas suas mãos os seus
próprios destinos, os participantes denunciaram as reais causas desta
guerra de agressão: o controlo de recursos naturais e energéticos e o
domínio geoestratégico no continente africano e numa região rica em
recursos naturais como o petróleo e gás natural, chave para as rotas
energéticas e de transporte e importantíssima do ponto de vista
geoestratégico – como o demonstra aliás a possibilidade uma das
consequências desta guerra de agressão poder ser a divisão do país e a
instalação ali do AFRICOM, como denunciou Manuela Bernardino.

Causas que, como foi afirmado, são indissociáveis da profunda crise
do capitalismo e da resposta de força do imperialismo a essa mesma
crise, bem com da tentativa das principais potências imperialistas de
contrariar e conter as lutas populares que no Mundo Árabe, e
independentemente do seu desfecho, abalaram o sistema de domínio
imperialista na região.

Denunciando vários exemplos e episódios da vasta campanha mediática
de desinformação e mentira posta em marcha para “legitimar” a agressão à
Líbia os participantes enfatizaram a necessidade de prosseguir e
intensificar o esclarecimento através de acções organizadas pelo PCP e
pelos movimentos unitários e de construir a mais ampla unidade em torno
da luta pela paz na região, pelo fim imediato da agressão à Líbia e pelo
denúncia de outras manobras de destabilização e ingerência externa em
curso, como é o caso da Síria.

No final do Debate Manuela Bernardino afirmou os valores do
internacionalismo e da consciência que impele os comunistas a lutar e a
demonstrar a sua solidariedade para com os povos vítimas da agressão e
opressão imperialistas, terminando a sua intervenção final com uma
citação de Silas Cerqueira que, ao justificar a sua decisão de se
deslocar a Tripoli num cenário já de guerra, simplesmente afirmou:
“tinha de ser, tinha de ir”.