Alegria. Uma esquadra inserida em bairro histórico, que dava às
populações garantias de tranquilidade e um sentimento de segurança, é
assim extinta e os seus agentes deslocados para fora da área – numa
decisão tomada sem consulta aos órgãos competentes do poder local e sem
atender às populações afectadas, antes provocando mais insegurança, com
grave lesão dos princípios do policiamento de proximidade. Uma decisão contestada pelo PCP perante o Governo e a CM Lisboa.
Encerramento Ieva mais insegurança ao bairro
Foi encerrada pelo Governo a esquadra da Praça da Alegria. Uma esquadra inserida em bairro histórico, que dava às populações garantias de tranquilidade e um sentimento de segurança, é assim extinta e os seus agentes deslocados para fora da área – numa decisão tomada sem consulta aos órgãos competentes do poder local e sem atender às populações afectadas, antes provocando mais insegurança, com grave lesão dos princípios do policiamento de proximidade.
Em requerimento endereçado ao Ministério da Administração Interna há uma semana, o deputado do PCP Miguel Tiago, Vereador substituto da CDU na CML, refere o seguinte: «A presença da referida Esquadra havia permitido até à data a realização de um trabalho de policiamento de proximidade, com o envolvimento da própria Junta de Freguesia, trazendo assim, ainda que com certas e conhecidas insuficiências, um sentimento de segurança à população da Freguesia, nomeadamente, da mais frágil e também mais numerosa, a população de idosos». E acrescenta: «No entanto, com as medidas de encerramento de serviços públicos que têm vindo a ser levadas a cabo pelo Governo e, no presente caso, com a permissividade, anuência e concordância da maioria política na Câmara Municipal de Lisboa, a condição de segurança das populações e as condições de vida em geral têm vindo a degradar-se. Ao contrário do que muitas vezes se pensa, estas situações não se verificam exclusivamente nas regiões rurais ou do interior do país, mas também com grande intensidade as encontramos no interior dos perímetros das grandes cidades, com efeitos particularmente perversos nas áreas urbanas mais envelhecidas».
Sendo a segurança das pessoas e bens um valor inestimável, coloca-se a questão de saber se a CML entretanto manifestou ao Governo a sua posição sobre esta matéria e, se sim, qual foi a atitude tomada. Tanto mais, quanto é certo que deste modo o Governo está a infringir compromissos assumidos. Se não houve qualquer manifestação de vontade da parte da Câmara e especificamente da parte do Presidente da CML, antigo Ministro do sector, não só se confirma a subjugação estratégica que já vinha do mandato anterior, como se agrava a incapacidade de autonomia desta maioria face ao Poder central – o que advém em prejuízo da Cidade e da defesa dos interesses dos seus moradores e de quem nela trabalha.
A CDU reforça as preocupações manifestadas pelo Grupo Parlamentar do PCP e interroga-se sobre que garantias dão o Governo e a CML às populações sobre a sua segurança se acaba com o policiamento de proximidade em zonas tão sensíveis como esta da Freguesia de São José.