A apresentação da lista da CDU à Assembleia de Freguesia da Misericórdia foi feita na Praça das Flores.
Na sua intervenção, a cabeça de lista da CDU à freguesia, Luísa Silva Rodrigues começou por enumerar o trabalho dos dois eleitos da coligação no último mandato. Realçou que mesmo durante a pandemia os elementos da CDU não baixaram os braços e procuraram responder às necessidades da população mais carenciada da
freguesia, agravadas e agudizadas pela crise sanitária e as suas consequências sociais.
A candidata relembrou os problemas agudos com que se bate a Misericórdia, a começar pelas crescentes dificuldades da população manter e encontrar habitação.
Tal como se refere no presta contas da CDU da Misericórdia, os eleitos da coligação estiveram sempre atentos ao problema e acompanharam as muitas famílias que foram despejadas das suas casas na freguesia, lutando para que fossem encontradas respostas concretas.
Cada freguesia tem os seus problemas específicos, mas muitos repetem-se em toda a cidade, como a passagem da limpeza e higiene urbana para as freguesias, decisão a que a CDU se opôs, e que resultou numa degradação desse serviço, dada a falta de experiência e de meios com que contam as freguesias para esse trabalho, que assim perde em organização e economia de escala.
Melhorar os espaços públicos e arruamentos; ter uma verdadeira política de cultura e de desporto no plano municipal que facilite o acesso de todos a essas práticas, são alguns dos aspectos referidos na intervenção da candidata.
A candidata realçou o trabalho realizado no pelouro da Cultura – responsabilidade de um elemento da CDU na Junta de Freguesia – e no esforço realizado para que a cultura pudesse ser acedida por todos os fregueses.
João Ferreira, candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Lisboa (CML), começou por referir a importância, como acontece na Misericórdia, de os candidatos da CDU, quando se apresentam, começarem por prestar contas do que fizeram à população.
É isso que permite perceber que, na Misericórdia como na cidade de Lisboa, não há medida e iniciativa positiva para os munícipes e os fregueses que não tenha passado pela proposta e luta dos eleitos da CDU.
Foi a CDU que propôs a criação da PACA (Programa de Arrendamento a Custos Acessíveis), mas que a sua concretização pelo executivo PS com o Bloco de Esquerda está muito aquém das necessidades: das milhares de casas prometidas, poucas para a dimensão do problema, só foram concretizadas poucas centenas.
Para João Ferreira a resolução do problema da habitação exige uma política que retire aos especuladores imobiliários o poder em Lisboa e que, em conjunto com o Estado, a autarquia e as populações se possa alterar radicalmente a situação. É preciso investir na construção de habitação pública municipal mas também é necessário obrigar os privados a que quando construam, parte significativa do edificado seja para habitação a custos controlados.
A habitação não é o único campo da cidade que foi colonizado por uma lógica dos negócios sem ter em conta as pessoas: é preciso combater a monocultura do turismo e construir uma cidade ambientalmente sustentada que seja economicamente diversificada, em que haja o direito à cidade e a viver em Lisboa, defendeu o vereador do PCP.