Uma delegação do PCP, esteve de forma solidária num protesto dos trabalhadores da limpeza do comboios da CP e das estações ferroviárias da IP, dezenas de trabalhadores da Ambijardim II concentrados em Santa Apolónia ontem dia 8 de Junho.
A empresa não pagou o salário de Maio aos trabalhadores. Os mesmos tentaram entrar em contacto com a administração, mas não há nenhum contacto ao qual se possam dirigir, e a morada da sede da empresa é de um armazém em Sacavém que se encontra fechado.
Ao mesmo tempo surgem noticias de que há um conjunto de empresas de limpeza fiscalizadas pela Policia Judiciária, por fraudes diversas, nomeadamente falhas de pagamentos à segurança social.
Neste caso concreto são várias empresas que operam com nomes semelhantes que abrem e fecham atividade, conforme dá mais jeito, “empresas fantasma”, que vivem do esquema, da burla, e da corrupção. A finalidade ultima destas empresas é o lucro imediato, à custa do aumento da exploração dos trabalhadores. Como nos diziam os trabalhadores da Ambijardim II uma das diretoras da empresa que numa situação destas, em vez de dar a cara, continuava a publicar fotos em “altas patuscadas no Algarve”.
São empresas deste tipo que ganham os concursos públicos, em empresas nomeadamente dos transportes, a quem o Estado paga, e paga bastante.
Em primeiro lugar é urgente saber quem é que se vai responsabilizar no imediato, não são inadmissíveis situações de incumprimento como esta. Os salários do mês de Maio têm de ser pagos, a Ambijardim II tem de ser responsabilizada.
Perente um situação desta gravidade o Mistério de trabalho, o que pensa fazer?
Sabem ou não as administrações da IP e da CP, aquilo que se começa a configurar como uma situação de burla e fraude fiscal?
Sendo estes trabalhadores são essenciais para o funcionamento e a circulação ferroviária, é urgente garantir o serviço, e garantir ao mesmos tempo os postos de trabalho, com todos os direitos.
O ministério das infraestruturas que é quem tutela estas empresas estatais, aceita como normal a sub-contratação de empresas que não descontam para a segurança social? Aceita que haja trabalhadores que estejam sem receber salários?
Fica desta forma demonstrado aquilo que há muito andamos a dizer: é preciso pôr fim a este ciclo vicioso da sub-contratação: o Estado contrata os serviços tendo como critério principal – o preço mais baixo. As empresa que ganham os cursos, apresentam os preços mais baixos à custa do aumento da exploração.
Só se quebra se este ciclo contratando o Estado diretamente estes trabalhadores, acabando com as empresas intermediarias de exploração intensiva de mão de obra. O Estado e as empresas estatais, poupam dinheiro, e os trabalhadores estão mais protegidos.
O PCP apela a continuação da unidade dos trabalhadores na exigência do que é seu por direito.