Com efeito, e ao contrário do que é afirmado pela DREL que, ignorando a informação prestada pelos serviços da câmara, diz que a aprovação das AEC “…se traduz numa significativa melhoria da oferta de Actividades de Enriquecimento Curricular para os seus alunos os quais, no ano lectivo transacto não puderam [delas] beneficiar…”, os alunos desta Escola têm há já vários anos actividades hoje designadas por AEC.
O Inglês, a Música, a Expressão Motora, não constituem pois novidade para aquela comunidade escolar. Eram actividades frequentadas por todos os alunos, com excepção do Inglês que se destinava aos alunos do 3.º e 4.º ano (mas a todos os alunos do 3.º e 4.º ano). Estas actividades estavam incluídas no currículo e integradas no horário escolar, leccionadas por professores contratados pela Escola.
Era pois um modelo de funcionamento que, para além de motivar o corpo docente e demais colaboradores da escola, conferia estabilidade às famílias e às crianças.
A proposta que hoje nos é apresentada abrange apenas 210 alunos dos mais de 300 que escola tem. Dos alunos do 3.º e 4.º ano, que totalizam cerca de 170, apenas 110 serão abrangidos pelo Inglês.
Por outro lado, o recrutamento dos professores obedecerá às lógicas mais consentâneas com os interesses lucrativos das instituições que, cada vez em maior número, operam neste mercado, em detrimento da qualidade pedagógica que esta actividade exige.
Ou seja, o que agora se propõe é a substituição de um modelo com resultados positivos, facto que é genericamente reconhecido quer pela comunidade escolar quer por outras entidades e instituições locais, por outro que, a própria Câmara no balanço efectuado relativamente ao ano transacto, reconheceu constituir para os alunos uma sobrecarga de actividades que implicam concentração, uma diminuição dos tempos de descompressão, dificuldades na adaptação aos novos professores, etc.
Em suma, uma experiência positiva é simplesmente ignorada em nome da uniformização, em respeito às normas superiormente ditadas, mesmo que a realidade tenha demonstrado o falhanço do modelo em que funcionam as Actividades de Enriquecimento Curricular.
Por tudo isto, votamos contra esta proposta.
Odivelas, 8 de Agosto de 2007