PONTO 6
Minuta de Protocolo de Acordo entre a CMO, LusoCapital e COMETNA II
Declaração de Voto
Os elementos fornecidos aos vereadores da CDU não são suficientes e alguns foram-lhe entregues com muito menos tempo do que 48 horas como estipula a Lei.
1. Natureza do Negócio
A cedência de áreas de terreno à Câmara pelos promotores, que não estão bem quantificadas no texto do Protocolo, mas na melhor das hipóteses são 48.000 m2. A Câmara, em permuta, cede terrenos aos promotores nas Granjas Novas, em local de grande acessibilidade e elevado valor, cerca de 80.000 m2, destinados a construção de habitação.
A compensação oferecida pelos promotores, no valor de 12 milhões de euros, é um presente envenenado pois obriga o município a realizar obras que vão directamente beneficiar os promotores com as mais valias proporcionados pelos investimentos públicos nos seus terrenos privados, com a agravante da Câmara ficar com a obrigação de suportar custos em infraestruturas gerais que podem absorver em parte ou no seu todo a referida compensação.
Este negócio é de vantagens duvidosas para o município. Não assumimos desde já considerá-lo ruinoso porque o estudo tem de ser mais aprofundado, mas que aponta para aí, aponta.
2. Integração legal do negócio
A Câmara cede terrenos públicos a uma entidade sem consulta pública, o que desde já nos parece ilegal.
Nem sequer está demonstrado que as compensações em espécie na execução do equipamento de saúde e monetário que o município receberá equilibre os valores dos lotes municipais a criar no loteamento das Granjas Novas
3. Cumprimento do PDM
Prevê-se a construção de habitação em zonas que estão reservadas para outros fins (industrias e outras actividades).
Ainda que o PDM preveja a possibilidade de aprovação de 25% de outras actividades, esta percentagem não está a ser cumprida (72.000 m2 de actividades e 30.000 m2 de habitação). No entanto, outras actividades, não podem ser consideradas habitação.
Quando se classificam actividades, estas são as que se referem a actividades económicas (actividades comerciais) e não habitação como refere os anexos à proposta, pois esta é considerado um uso e não uma actividade.
Finalmente, queremos realçar que, em nossa opinião todo o património que de Loures, da gestão CDU, foi transferido para Odivelas, está a ser entregue a privados, com este ou aquele argumento, condenando-se deste modo o futuro do concelho e a gestão municipal dos nossos vindouros. Um Município sem terrenos próprios, é um município com o futuro comprometido.
Por tudo o que acima referimos, votamos contra, mas prometendo que não ficará por aqui a nossa posição sobre este processo.
Odivelas, 14 de Março de 2007
Os vereadores da CDU