No passado dia 31 de outubro, os trabalhadores da cantina do Hospital de S. José, em Lisboa, realizaram uma ação de luta para denunciar a falta de condições de trabalho. De acordo com as declarações públicas prestadas pelos trabalhadores, as “más condições de trabalho têm colocado em risco a higiene e segurança na instituição”.
Os trabalhadores apontaram exemplos muito concretos, tais como terem apenas uma farda, sendo que a mesma foi atribuída “há 4 anos” e é com ela que os trabalhadores confecionam a alimentação e a distribuem pelos doentes internados nos serviços. A somar às más condições de higiene, os trabalhadores referem carência de materiais, como “talhares e loiça para servir os doentes”. Os trabalhadores referem um clima de intimidação, “humilhação” que é promovido pelas “chefias”, sendo frequentes as “agressões verbais e o assédio moral”. Estes trabalhadores têm turnos de 12 horas de trabalho. De acordo com que conseguimos apurar, estes trabalhadores estão afetos a uma empresa externa ao hospital que presta serviços na área da alimentação. As informações agora tornadas públicas são preocupantes, mas não estão desligadas da estratégia de externalização de serviços levada a cabo por sucessivos governos e que atinge toda a administração pública e, de forma particular o Serviço Nacional de Saúde. Estes processos para além de não serem economicamente rentáveis colocam sérios riscos para os trabalhadores e para os doentes.