Há dias atrás, demos uma volta pela Freguesia de Oeiras e S. Julião da Barra, por zonas que já foram mais verdes e por parques infantis em mau estado e detivemo-nos no Jardim Municipal de Oeiras. Prometemos continuar a ronda que hoje retomamos, com o regresso. Regresso e apreço, de um lugar amplo e já foi belo mas que hoje urge reabilitar.
Contrariamente ao que acontece na vida, é a margem direita que carece de atenção, de carinho, de recuperação. A Ribeira da Lage, é a fronteira entre o que está razoável e o que evidencia que o discurso de outras candidaturas anda comprometido com promessas irrealistas, distantes da realidade de uma freguesia, tida como ilha de bem-estar. Sigam-nos no percurso da visita…
Entrando no parque do Jardim Municipal da Oeiras, lá estão os elétricos de que já falámos. A foto ostenta, colado na frente do veiculo, memória de uma Lisboa de que foi “salvado”, um apelo: “vem à vila”. Ilegíveis estão escritas mil atracções para reanimar a vida no centro histórico. Ironia, só pode… o parque, jaz deserto…
Deserto o parque, mas não o Pavilhão Gimnodesportivo. A cargo da Junta de Freguesia de Oeiras e S. Julião da Barra, é um lugar activo e bem gerido… lá, segundo a informação da simpática funcionária confirmado pelo site da Junta, promovem-se múltiplas actividades e são abrangidos cerca de 900 utentes. É um equipamento com história. Conhecido como o “picadeiro”, tem essa designação popular ligada à serventia que tinha antes do uso que, após o 25 de Abril a autarquia lhe deu por reclamação da “Comissão de Moradores da Medrosa”. Era propriedade do então Delegado de Saúde e onde o cavaleiro tauromático Frederico Cunha guardava seus cavalos. A população exigiu a expulsão e a mudança para uso de melhor mérito. E tem tido, mas…
… O telhado, mantém-se mas em mau estado, trinta e muitos anos depois. Mantém-se mesmo sabendo-se que o amianto é material perigoso e até proibido. Lembramos que são muitas as centenas de crianças, jovens e idosos os que frequentam o pavilhão…
A Junta faz o que pode, e tem bem feito. São muitas as modalidades que se praticam sob uma cobertura inadequada e sobre um piso em vias de completa degradação: ballet, ginástica infantil, ginástica de manutenção, kung fu, karaté cardac, karaté cefidec, danças coreanas, krav maga, danças asiáticas, san da (boxe chinês) e capoeira. Tudo coordenado com o clube dos trabalhadores da CMO, com a Universidade Sénior de Oeiras, com a A.R.I.A e com a própria CMO. 900 utentes mereciam melhor atenção… e a Ribeira da Lage também, ela que é apontada como culpada…
Saídos do Pavilhão, a uns metros, fica o Parque das Merendas. É um lugar procurado e povoado pelos veraneantes. Aos fins-de-semana todo o espaço é ocupado com um ar resignado. Há mesas partidas, bancos caídos e o que foi um lugar aprazível, tende a deixar de o ser…
É toda a zona que carece de merecida intervenção. Faremos por isso!