«A revolução estende-se. O governo começa já a perder a cabeça. Da política de repressão sangrenta tenta passar a concessões económicas e escapar-se com a esmola ou a promessa da jornada de trabalho de nove horas. Mas a lição do sangrento dia não poderá ser em vão. A reivindicação dos operários insurrectos de Petersburgo – a imediata convocação da Assembleia Constituinte eleita por sufrágio universal, directo, igual e secreto – deve tornar-se a reivindicação de todos os operários em greve. Derrubamento imediato do governo – tal é a palavra de ordem com a qual mesmo os operários de Petersburgo que acreditavam no tsar responderam à carnificina de 9 de Janeiro pela boca do seu dirigente, o sacerdote Gueórgui Gapone, que, depois deste dia sangrento, disse: «Já não temos tsar. Um rio de sangue separa o tsar do povo. Viva a luta pela liberdade!»