Apelo aos Trabalhadores da Área da Ciência, da Tecnologia e do Ambiente
A habilidade publicitária e os propósitos demagógicos do Governo chefiado por José Sócrates ainda iludem muita gente mas não podem nem poderão transformar a realidade de um país que ao contrário de convergir, vem ano após ano divergindo dos seus parceiros europeus.
A melhoria das condições de vida e o desenvolvimento económico e social do povo português no seu conjunto é incompatível com uma política que se traduz sistematicamente em medidas desenhadas para promover a concentração da riqueza criada no País a um ritmo quase obsceno, num reduzido círculo de detentores do capital, e seus agentes, cujos lucros vêm crescendo de forma sustentada enquanto a grande maioria dos cidadãos vê agravar-se as suas condições de vida. Não é esta política nem os interesses que serve, que resolvem os nossos problemas.
Necessário é criar condições para que a riqueza criada no país cresça a um ritmo diferente, e promover a redistribuição da riqueza criada alterando um padrão que ao longo dos últimos trinta anos se vem paulatinamente desenvolvendo no sentido favorável ao capital.
Este padrão de sobre-exploração do trabalho, baixa qualificação da população activa e reduzida taxa de investimento produtivo, tem de ser quebrado. Despenderam-se já ou projecta-se despender milhares de milhões de euros em empreendimentos de discutível interesse, ou outros dos quais não se tira proveito porque não são levados até ao fim, enquanto se estrangulam as universidades e centros de investigação, se fecham escolas maternidades e urgências hospitalares, tudo em nome de uma nova eficiência e rendibilidade que se resumem na eficiência e na rendibilidade da máquina infernal de concentração de riqueza em mãos privadas, à revelia das pessoas, à revelia dos quadros técnicos, dos docentes, dos investigadores, do pessoal de saúde, que são o sangue que irriga o corpo vivo do país, quando não à revelia da moral e do próprio direito, moldado pelo poder a seu bel prazer. Não reconhecemos à clique de serventuários do grande capital, de cuja acção sobejamente se conhecem os resultados, o direito de se travestirem em defensores do progresso do povo e do país, como se esse alegado progresso pudesse ser um subproduto dos ganhos daquele.
Há que mostrar ao governo que nos desgoverna, que num quadro de sérias dificuldades, decorrentes, principalmente, de opções políticas erradas, é indispensável definir prioridades de afectação de recursos e levá-las à prática em diálogo com os agentes encarregados de as executar, numa perspectiva de médio e longo prazo. Importa antes de tudo qualificar as pessoas, qualificação real e não obtida na secretaria, combater o desemprego e o emprego precário, designadamente nos sectores
estratégicos da investigação científica e tecnológica. Há que criar uma Administração Pública eficaz, com emprego público qualificado e serviços públicos de qualidade, incluindo o reforço da infra estrutura de serviços técnicocientíficos especializados reunindo as competências indispensáveis a uma correcta gestão dos recursos naturais, e ao relacionamento sustentável do homem com a
natureza.
Portugal e os portugueses possuem recursos muitas vezes insuspeitados por quem governa
com o olhar voltado para outras bandas. Dizia Camões que “o fraco rei faz fraca a forte gente”.
Pois bem, mostremos no dia 2 de Março que a “forte gente” está por cá.
Manifestação Nacional da CGTP “Juntos Pela Mudança de Políticas”
2 de Março, 14:30h
Administração Pública – Concentração nos Restauradores
Sector Privado – Concentração no Saldanha