Sobre o falecimento de José Saramago

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morte de José Saramago deixa-nos de luto, a nós seus camaradas e ao
povo português, designadamente ao povo trabalhador de onde veio, a quem
amou e a quem foi fiel.

NA MORTE DE JOSÉ SARAMAGO

DECLARAÇÃO DA DIRECÇÃO DO SECTOR INTELECTUAL DE LISBOA DO PCP  

A
morte de José Saramago deixa-nos de luto, a nós seus camaradas e ao
povo português, designadamente ao povo trabalhador de onde veio, a quem
amou e a quem foi fiel.

A
sua extensa e singular obra literária deu à língua portuguesa, e aos
povos que a falam, um prémio Nobel que significa o reconhecimento
internacional por uma literatura de que ele se tornou um representante
e um embaixador, admirado e reconhecido entre os trabalhadores da
cultura, um pouco por todo o mundo.

A
sua obra e os seus principais dispositivos narrativos – um tipo de
frase dita a vários, a invenção de um ritmo oral na escrita, um
narrador intensamente participante, a restituição de uma história
àqueles que a historiografia oficial tantas vezes ignora; o espanto e a
indignação com a  dimensão opressiva do presente em que vivemos – dão
testemunho do compromisso ético e político que até ao fim da vida o
uniu aos explorados e oprimidos, aos humilhados e ofendidos da terra.

Figura
destacada de intelectual comunista, como outros que são presenças
imorredoiras na história da cultura portuguesa, de Bento de Jesus
Caraça a Fernando Lopes Graça, de José Gomes Ferreira
 a Rogério Ribeiro, também a sua obra é património comum. 

Membro
do Sector Intelectual do PCP antes do 25 de Abril, da célula dos
escritores  e da direcção das Artes e Letras, após a revolução
portuguesa, na qual intensamente participou, a sua morte constitui uma
enorme operda para todos nós.

A
Direcção do Sector Intelectual de Lisboa exprime o seu profundo pesar e
a sua imensa mágoa pela morte de José Saramago e expressa as suas
sinceras condolências à sua companheira, Pilar del Rio, e restante
família.


Direcção do Sector Intelectual de Lisboa do PCP