O Congresso da Haia da Associação Internacional dos Trabalhadores realizou-se de 2 a 7 de Setembro de 1872. Nele participaram 65 delegados de 15 organizações nacionais. O trabalho do Congresso foi pessoalmente dirigido por Marx e Engels. O Congresso coroou o combate de muitos anos de Marx e Engels e dos seus companheiros de luta contra todos os tipos de sectarismo pequeno-burguês no movimento operário. Foi condenada a actividade cisionista dos anarquistas e os seus dirigentes (Bakúnine, Guillaume e outros) foram expulsos da Internacional. As decisões do Congresso da Haia lançaram as bases para a criação no futuro de partidos políticos da classe operária independentes nos diferentes países.
Depois do fim dos trabalhos do Congresso da Haia, Marx, juntamente com outros delegados, foi a Amesterdão a um encontro com a secção local da Internacional. Em 8 de Setembro pronunciou num comício um discurso sobre os resultados do Congresso da Haia. Defendendo incansavelmente a idéia da revolução proletária e da ditadura do proletariado, Marx deu no seu discurso um exemplo de uma abordagem criadora da solução da questão das formas de passagem dos diferentes países do capitalismo para o socialismo de acordo com às condições históricas concretas, a distribuição e a correlação das forças de classe. Avançou e fundamentou a tese de que, paralelamente à violência revolucionária — meio inevitável, naquelas condições, de estabelecimento e manutenção da ditadura do proletariado na maioria esmagadora dos países —, em alguns países (Inglaterra, Estados Unidos e talvez a Holanda), devido a determinadas condições históricas que neles existiam (ausência de um aparelho burocrático e militarista desenvolvido), o proletariado poderia alcançar a sua dominação sem recorrer à violência revolucionária.