Quatro jovens do núcleo da Amadora da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) foram identificados e ameaçados de detenção na sexta-feira quando pintavam um mural. A polícia acusou-os de desrespeitarem a lei e de danificarem a propriedade pública. Apesar da pressão, o mural foi concluído e apela à luta e à resistência contra o fascismo. Num primeiro momento, um transeunte que se apresentou como polícia quis interromper os membros da URAP e garantiu-lhes que seriam detidos se não o fizessem. "Já conheço a vossa música" e "quero lá saber das vossas tretas", chegou a dizer. Visivelmente exaltado, tirou várias fotografias aos jovens antifascistas. Em nenhum momento se quis identificar apesar das várias ameaças que proferiu. Contudo, não conseguiu silenciar o muro da Avenida Salvador Allende, na Amadora. Depois da conclusão da pintura, chegou a Polícia Municipal e a PSP para identificar os quatro autores desse inqualificável crime que é o de exercer o direito à liberdade de expressão política. Neste caso, precisamente em defesa da democracia e da luta contra o fascismo.