Intervenção de Tânia Mateus, candidata `Assembleia da República e candidata à Presidência da Assembleia Municipal de Loures, na Sessão Solene do 25 de Abril da Assembleia Municipal de Loures, realizada, hoje 25 de abril.
Exma Senhora Presidente da Assembleia Municipal de Loures
Exmo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Loures
Senhoras e senhores Deputados Municipais
Senhoras e senhores Vereadores
Ilustres convidadas e convidados,
Apresentamos as nossas cordiais saudações a todos os que contribuíram e os que participam nesta sessão solene comemorativa da Revolução de Abril.
O 25 de abril de 1974 foi uma revolução libertadora. Libertou Portugal de uma ditadura fascista, de uma guerra colonial, do analfabetismo, da discriminação, da miséria generalizada. Libertou homens, mulheres, idosos e crianças da opressão e exploração a partir do Estado com reflexo em todas as dimensões da vida.
Foram 48 anos de uma intensa resistência e luta pela liberdade por homens e mulheres com um profundo amor pela liberdade, abrindo caminho para a aliança povo/MFA.
Os militares puseram em marcha, mas a Revolução de Abril tornou-se na revolução das nossas vidas, quando mulheres e homens saíram à rua, todos os dias para exigir paz, pão, habitação, saúde e educação. A todos saudamos o seu imprescindível contributo.
A liberdade e a democracia não foram oferecidas. Foi o povo que não esperou e tomou nas suas mãos a luta por um Portugal livre, soberano e democrático.
Se não fosse esta Revolução de Abril, não teríamos conquistado direitos fundamentais para os trabalhadores, as mulheres, os jovens, os idosos, as pessoas com deficiência. Não haveria avanços progressistas na saúde, na educação, na cultura ou no desporto.
Provocou uma autêntica revolução na vida impulsionando transformações assentes em direitos sociais, políticos, económico, culturais e desportivos que se refletiram nas condições de vida, alteraram formas de pensar e agir, mudaram gerações.
Este 25 de abril de 2025 assinala os 50 anos das primeiras eleições livres com sufrágio universal. O povo tomou nas suas mãos e usou o voto como instrumento de mudança.
Votar
para mim
é Liberdade
É o sonho
feito sonho realizado
Maria Teresa Horta e outras mulheres extraordinárias poetizaram a importância de votar.
De forma menos literária, o voto é a arma do povo. Uma arma que não podemos abrir mão, porque foi duramente conquistada. Votar é mais do que um ato. É um instrumento de construção de um país.
É com Abril que se declara que todos os cidadãos têm a mesma dignidade e que ninguém pode ser beneficiado, privado de qualquer direito em razão de ascendência, do sexo, da raça, do país de origem, da religião, da situação económica, da condição social ou da orientação sexual.
Abril construiu uma Constituição da República que consagrou direitos sociais, económicos, culturais e políticos.
Criou o SNS, o sistema universal de segurança social, a Escola Pública ou o Poder local.
Para nós, não basta comemorar a Revolução de Abril, há que a cumprir.
Cumprir Abril é cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa de 1976, em todas as esferas da vida, através da prossecução de políticas públicas que garantam que todos os cidadãos têm acesso aos direitos nela inscritos.
Cumprir Abril é contratar os médicos que faltam, os profissionais de saúde necessários para manter abertas as urgências pediátricas e obstétricas do Hospital Beatriz Ângelo. É manter hospitais e todas as unidades de cuidados primários sob gestão pública, do Serviço Nacional de Saúde, com mais recursos e meios.
Cumprir Abril é garantir professores e escolas com as condições necessárias para cada criança crescer com dignidade – inclusive garantir refeições, mesmo quando os pais não conseguem pagar. Porque cabe ao Estado – central e local – especial dever de proteção das crianças.
Cumprir Abril é ter casas que as pessoas possam pagar, garantir apoios efetivos de modo que, no atual contexto socioeconómico, nenhuma família fique sem teto ou sem comida na dispensa. É aumentar o salário mínimo nacional já!
Cumprir Abril é respeitar o outro, na diferença. É sermos tolerantes, mas combater com firmeza quem promove intolerância, exclusão e discriminação. Para esses é que se deve agir com firmeza e sem hesitação.
Este é um momento de comemoração, mas também de escolhas.
O que a vida nos tem ensinado é que não basta mudar de governo, é essencial romper com estas políticas que empobrecem quem vive do seu trabalho, que destrói serviços públicos, beneficiando interesses privados. É preciso que romper com políticas que não aumentam salários e pensões; que privilegiam a acumulação de lucros de grupos económicos. É preciso romper com as políticas que apelam à estabilidade, à custa dos nossos sacrifícios e ignoram por completo que as nossas vidas são cada vez mais instáveis.
É tempo de criar condições para a afirmação e construção de uma verdadeira alternativa que se identifique com os valores de Abril que permanecem atuais.
Valores de liberdade, emancipação socioeconómica; um Estado ao serviço das necessidades do povo, ao invés de ser um instrumento ao serviço dos interesses de económicos que violentam a nossa vida; valores de desenvolvimento que visam colocar o país a produzir, garantindo o pleno emprego, uma justa e equilibrada distribuição da riqueza.
A 18 de maio temos uma oportunidade. Oportunidade em usar o voto como uma exigência: garantir que os direitos são vividos e não apenas palavras num papel. Exigir políticas que reforcem os serviços públicos, que apoiem as famílias, que garantam o acesso ao que precisamos para viver melhor.
É uma oportunidade em votar na aspiração de uma vida melhor, de mais abril nas nossas vidas. É a oportunidade de usar o voto como instrumento de construção de um País mais justo, mais desenvolvido, mais soberano e ao serviço das necessidades de que o coloca a funcionar: o seu povo.
Em 2025 como em 1975, façamos mais Abril e um melhor futuro, porque a nossa vida importa e o nosso voto conta para melhorar a nossa vida e o País.
Viva o 25 abril de 1974!
Viva a paz e a solidariedade!
Viva o concelho de Loures!