A CDU Amadora organizará uma acção de protesto que decorrerá em frente ao Centro de Saúde da Amadora, no Largo Dr. Dário Gandra Nunes, no dia 9 de Abril, quarta-feira, às 18:30h.
Esta acção tem como objectivo a defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), rejeitar o regresso à gestão do Hospital Amadora-Sintra através de uma PPP, pela melhoria e investimento público no SNS. A acção terá a presença de João Pimenta Lopes, do Comité Central do PCP e candidato à presidência da Câmara Municipal da Amadora.
A população da Amadora foi recentemente confrontada com a decisão de um governo demissionário PSD-CDS de retomar a gestão PPP da ULS Amadora-Sintra. Decisão de extrema gravidade uma vez que as PPP são mais caras para o estado, são lesivas para para os utentes, fragilizam os direitos dos profissionais de saúde e levam a uma ainda maior fragmentação da resposta do SNS. Está bem viva na memória dos Amadorenses da desgraça que foi a anterior gestão PPP do Hospital Amadora-Sintra.
As PPP não servem as populações, servem apenas as grandes empresas que lucram com a doença. Uma gestão privada visa o lucro, olha ao investimento na saúde como uma despesa, levando a uma pressão sobre os profissionais para restringirem diagnósticos e tratamentos. A intenção de retomar a PPP na ULS Amadora-Sintra significa que todos os serviços de saúde dos concelhos da Amadora e de Sintra poderão passar a ser geridos por uma entidade privada – incluindo o novo Hospital de Sintra.
A este desenvolvimento, acresce que mais de metade dos habitantes da Amadora não têm acesso a médico nem enfermeiro de família, situação que se arrasta há vários anos. Simultaneamente, os Centros de Saúde e as USF continuam sub-dimensionados e não dão a resposta necessária à população, seja por degradação ou défice das infraestruturas, seja pelo insuficiente número de profissionais de saúde.
Situação determinada por décadas de opções políticas de Governos PS, PSD e CDS, contanto com o apoio da IL e CH, de desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde, e que tem como consequência o aumento da pressão sobre o serviço de urgência do Hospital Amadora-Sintra, deteriorando o seu normal funcionamento, com momentos de grande afluência em que os tempos de espera para consulta urgente ultrapassam as 10 horas, tendo chegado inclusive a ultrapassar as 30 e 70 horas, nos meses de Inverno. Importa recordar que este Hospital está subdimensionado desde a sua construção em 1995, tendo uma capacidade para servir 350 mil utentes quando a população que serve chega aos 600 mil.
À precária situação das infraestruturas de saúde da Amadora, soma-se a situação precária de muitos dos seus profissionais de saúde, com carreiras estagnadas e sem valorização salarial necessária, muitas vezes contratados à peça, não criando as condições essenciais para a atracção e retenção de mais médicos, enfermeiros e restantes profissionais de saúde, indispensáveis ao funcionamento do SNS.
A solução para os problemas do SNS e da ULS Amadora-Sintra não passa por uma PPP. Passa por um maior e significativo investimento do Estado no SNS, a contratação de mais profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, técnicos auxiliares, farmacêuticos, técnicos de diagnóstico e terapêutica e restantes profissionais de saúde – e valorização dos seus salários e carreiras, maior autonomia financeira e de gestão e o fim do garrote determinado pelo Ministério da Saúde e pela direcção executiva do SNS.
Apelamos a todos, utentes e trabalhadores da saúde, para lutarmos juntos pela defesa e melhoria do SNS.