Odete Santos é distinguida com o Prémio Municipal Beatriz Ângelo 2025

É com uma enorme alegria que saudamos a aprovação da proposta da CDU de entregar este prémio a uma mulher que se destacou em áreas dos Direitos, Liberdades e Garantias, na defesa dos direitos dos trabalhadores e dos direitos das mulheres, assuntos que abordou em conferências, debates, entrevistas e artigos publicados. É de particular significado a sua intervenção na conquista de novos direitos para as mulheres, nomeadamente o combate ao aborto clandestino e pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez de que foi principal rosto na Assembleia da República.

O Prémio Municipal Beatriz Ângelo visa distinguir personalidades, instituições e entidades, que se destaquem pela intervenção, em prol da promoção da igualdade de género e da não discriminação entre homens e mulheres.

Odete Santos nasceu a 26 de Abril de 1941, na freguesia de Pêga, concelho da Guarda, e faleceu em 27 de dezembro de 2023. Licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, tendo exercido advocacia durante anos. Membro do Partido Comunista Português desde 1974. É autora de livros e de uma colectânea de poesia (jornal Público) “A argamassa dos poemas”. Foi deputada da Assembleia da República, de Novembro de 1980 a Abril de 2007. Em 1998 foi agraciada pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com o Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique. Integrou o Conselho Nacional do Movimento Democrático de Mulheres (MDM). 

Odete Santos destacou-se pelo seu compromisso com os trabalhadores e o povo, com uma particular ligação com a juventude, afirmando a sua notável capacidade, profundidade de análise, solidariedade, dedicação, frontalidade, coragem e força de intervenção.

Mulher de Abril, destacada deputada e dirigente comunista, Odete Santos foi uma figura marcante na construção do Portugal de Abril e na afirmação dos direitos que a Constituição da República Portuguesa consagra, em particular sobre os direitos dos trabalhadores, sobre a igualdade e a emancipação da mulher, uma presença constante na acção de solidariedade com os povos de todo o mundo.

Foto: À porta da CODAN, numa iniciativa de contacto com trabalhadoras, no início dos anos 2000.

Ver Proposta em PDF